Um caso de leishmaniose canina foi apontado recentemente por uma clínica veterinária da cidade. Diante da informação, a Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária alertam a população e as clínicas veterinárias para que tenham atenção e cuidados redobrados, afinal o protozoário da leishmaniose pode ser transmitido aos cães e humanos. A leishmaniose visceral canina é uma enfermidade causada por um protozoário transmitido por meio de picada da fêmea do mosquito-palha infectado – Lutzomyia longipalpis. A espécie também ataca humanos e a doença pode levar à morte em 90% dos casos, quando não há tratamento. De acordo com a veterinária da Vigilância Sanitária, Danyelle Pantaleão Martins, essa zoonose está entre as 6 mais relevantes enfermidades infecto-parasitárias do mundo, sendo a segunda protozoose mais importante da atualidade, perdendo apenas para a malária. “No momento, não temos mais casos suspeitos, mas precisamos sensibilizar a rede de saúde para que os profissionais saibam identificar e tratar de maneira adequada. Ao suspeitar de um cão com leishmaniose o médico veterinário deve notificar oficialmente a Vigilância Epidemiológica do município,” destacou a veterinária.
Sintomas
Os principais sintomas provocados pela doença em cães são: perda de peso, queda de pelos, lesão nos olhos, crescimento e deformação das unhas, além de paralisia das pernas e desnutrição. Já em humanos estão febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso e fraqueza.
Orientação
Os médicos veterinários que suspeitarem de leishmaniose visceral canina deverão realizar a coleta de 5 ml de sangue, em tubete sem anticoagulante e procurar a Vigilância Epidemiológica, encaminhando a amostra. A análise desta amostra será realizada no LACEN/SC, sem nenhum custo ao proprietário ou médico veterinário.
Tratamento
Conforme o CRMV – Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Santa Catarina – recentemente foi aprovado no MAPA um medicamento à base de miltefosina para o tratamento de cães. No entanto, não há cura parasitária, apenas cura clínica e haverá necessidade de acompanhamento veterinário para o resto da vida do animal porque o tratamento não impede que o cão seja fonte de infecção para flebótomos livres do protozoário. Desse modo, a possibilidade de eutanásia deve ser considerada e ainda é recomendação do Ministério da Saúde.