A 17ª Regional de Saúde (17ª RS), que atende Londrina e outros 19 municípios, registrou 119 ataques de escorpião de janeiro a setembro deste ano. Os dados foram repassados para a reportagem pelo diretor de vigilância em saúde da 17ª RS, José Carlos Moraes, nesta quinta-feira (14).
Em Londrina, foram 19 acidentes com escorpiões. No entanto, o município que registrou mais ataques foi Sertanópolis, com 29 acidentes.
Em Alvorada do Sul foram cinco acidentes; um em Cafeara; um em Cambé; 12 em Centenário do Sul; 15 em Florestópolis; três em Guaraci; um em Ibiporã; seis em Jaguapitã; seis em Lupionópolis; sete em Miraselva; quatro em Porecatu; sete em Prado Ferreira; um em Primeiro de Maio e; dois em Rolândia, totalizando 119 ataques de escorpião.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), de janeiro a agosto de 2017, foram 771 casos de picadas de escorpiões no Paraná. Em 2016, foram 1.740 ataques no estado e duas mortes confirmadas na região Noroeste do estado (Paranavaí e Cianorte).
Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, contabilizou 57 casos. Este é o maior número registrado no Paraná.
Jussara, localizada na região Noroeste, tem um dos maiores índices de picadas por escorpião em 2017. São 27 picadas, de janeiro a agosto. Desses 27 casos, dois foram em crianças de dois e quatro anos. A criança de dois anos se recuperou, mas a outra, de quatro, não resistiu e morreu no mês de agosto.
Época propícia
De acordo com o diretor de vigilância em saúde da 17ª RS, esta época do ano, quando o clima começa a esquentar, é a mais propícia para o aparecimento de escorpiões. “É preciso evitar que ele apareça. Geralmente, os escorpiões ficam em locais quentes e úmidos que tenham madeira, telha ou outros objetos amontoados, que são ambientes de vegetação densa terrenos abandonados. O clima mais quente aumenta a atividades deles, além disso, é a época na qual eles se alimentam e se reproduzem”, explica.
Conforme dados da Coordenação de Saúde Ambiental e Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde, de janeiro até agosto, foram enviadas para identificação 59 amostras de escorpiões, sendo que 13 foram responsáveis por acidentes e do Tipo Amarelo, que é o mais agressivo. Segundo Moraes, são 30 espécies no Brasil. “Os mais comuns e perigosos em nossa região são: tityus bahiensi, tityus brazilaeti, tityus serrulatus e tityus neglectus. Os escorpiões são animais terrestres com hábitos noturnos. Eles costumam ficar durante o dia em locais que não há claridade e vivem, em média, de 3 a 4 anos.
Segundo Tania Portella, chefe da divisão de zoonoses e intoxicações da Sesa, em 2016, no Paraná, foram mais de 14 mil acidentes por animais pessonhentos, deste total, cerca de 1,7 mil foram por escorpiões. “Este número de 771 casos já era o esperado dentro do período. E com a chegada do verão a tendência é aumentar. Por isso, é muito importante além de evitar o entulhamento de restos de materiais de construção e outros objetos, sempre olhar suas roupas de cama, travesseiro, sapatos, roupas antes de usar. Além disso, é importante desencostar camas e berços das paredes.”
O que fazer?
Caso você seja picado, procure lavar o local com água e sabão e procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. De acordo com Moraes, o médico vai realizar o tratamento com base nos sintomas apresentados. “Caso o médico achar necessário, ele pode encaminhar a pessoa para o Centro de Controle de Intoxicações no Hospital Universitário (HU) de Londrina.”
Portella afirma que é importante coletar o animal ou tirar foto e encaminhar para a Vigilância Sanitária do município. “Se puder levar uma foto ou a maior quantidade de características sobre o animal, é interessante para ajudar os profissionais de saúde a diagnosticarem com maior precisão sobre o tipo de veneno, em relação a espécie.” E segundo ela, a pessoa que encontrar o animal, pode eliminá-lo sem problemas. “Além disso, é importante usar sempre equipamentos de proteção individual, como luvas e botas, antes de limpar algum local, mexer com madeira, materiais de construção e outros objetos.”
Segundo a chefe de divisão de zoonoses e intoxicações, a maioria dos casos tem cura sem sequela. No entanto, é preciso tomar cuidado com crianças menores de 10 anos, em relação ao escorpião da espécie serrulatus, mais conhecido como escorpião amarelo. “Nós temos um centro de controle de envenenamento do Paraná que é importantíssimo que a população e os profissionais de saúde tenham esse número [0800 41 0148], para tirar dúvidas em relação a diagnósticos, além de outros pontos sobre os ataques desses animais.”
Além deste centro, em Londrina também há um local, o Centro de Informações Toxicológicas (CIT), que é vinculado a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e funciona da mesma forma. O telefone é (43) 3371-2244 e o atendimento é 24h.
A Sesa disponibiliza um material completo em relação aos ataques de escorpião e prevenções. Acesse aqui!