Pelo menos 233 crianças de uma escola municipal de Araras (SP) que foi interditada por causa de uma infestação de escorpiões estão tendo aulas no subsolo de uma igreja.
A Paróquia Bom Jesus virou a escola temporária. A situação é inusitada, mas necessária, segundo a Secretaria de Educação.
“Conseguimos estrutura tanto física quanto pedagógica para que não haja perda dos nossos alunos e poder atendê-los bem e com segurança”, disse a secretária de Educação, Mariana Mani Moura.
Infestação
O prédio da Escola Dona Manoela Lacerda de Vergueiro está infestado de escorpiões. A unidade chegou a ser dedetizada e até algumas galinhas-d’angola foram soltas no terreno da unidade. A esperança era que elas se alimentassem dos escorpiões e controlassem a situação, mas não deu certo.
A direção da escola se reuniu com os pais e colocou um aviso no portão da escola sobre a interdição. No dia 6 de setembro, as crianças foram transferidas emergencialmente para outra escola, mas não cabia todo mundo. Então, a paróquia ofereceu o espaço.
Estrutura
A Secretaria da Educação avaliou que a igreja oferece estrutura adequada como salas, banheiros, parquinho e até quadra de esportes. Mas para chegar até o refeitório é preciso atravessar a rua. A cozinha fica no salão da igreja.
Enquanto a situação dos escorpiões no prédio da escola não é resolvida, é na paróquia que as crianças com idades de 3 a 6 anos terão aula, justamente a faixa etária que mais pode ter complicações em caso de acidente com escorpiões.
As complicações dependem de fatores como a espécie do escorpião e o tamanho. Se a quantidade de veneno for grande, o organismo pode não resistir. Por isso, crianças até 7 anos são as vítimas mais vulneráveis.
“É a nossa preocupação porque mesmo depois da primeira dedetização voltou aparecer, aí a gente já comunicou e mesmo assim continuamos encontrando”, disse a diretora da escola, Renata Marcela da Silva.
De acordo com a secretária, o objetivo é descobrir onde está o foco da infestação. Por isso, as obras podem ser necessárias e neste ano as crianças não voltarão para o antigo prédio antigo.
A diretora avalia que não haverá prejuízo pedagógico. O número de salas segue o mesmo. A escola infestada por escorpiões fica perto da igreja.
“Vamos procurar manter a rotina, mas é claro que pode ser que alguma criança estranhe. Mas os professores e funcionários são os mesmos, então isso colabora muito”, disse Renata.
O padre José Angelo Bryan está satisfeito. Ele disse que na maioria dos dias o prédio ficava ocioso. “A gente só tem as crianças aos sábados pela manhã por causa da catequese. Agora a gente vai ter o dia todo, é sinal de vida, alegria do pessoal”.
A secretária de Educação pede ajuda de que quem mora na região para que os quintais e terrenos sejam limpos e assim ajude a combater o aparecimento de escorpiões.
De acordo com ela, a Vigilância Epidemiológica também está intensificando o trabalho de visita nas casas e orientação dos moradores.