A espécie mais tóxica de escorpião (amarelo) fez uma vítima em Alcântara, São Gonçalo. A maquiadora Ana Beatriz Serrano, de 24 anos, visitava a mãe, que mora em um prédio na Rua Antônio Alves, quando foi picada pelo aracnídeo no último dia 14.
Ana, que dormia no quarto de sua mãe, conta que, por volta das 4h, acordou com uma ardência e queimação no braço esquerdo. Ela achou que fosse uma reação alérgica, mas a dor foi se tornando insuportável e, quando ela acendeu a luz do quarto, viu o escorpião no travesseiro.
“Recebi três picadas. Meu marido ligou para o Instituto Vital Brazil (IVB) e a orientação foi para procurar o Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap, no Centro de Niterói). Lá, recebi a vacina. Neste momento, estou bem e me recuperando”, disse a maquiadora.
A mãe de Ana Beatriz, a dona de casa Simone Serrano, disse que é a primeira vez que há casos como esse no local. Logo após o ocorrido, o Centro de Controle de Zoonoses realizou uma vistoria no seu apartamento, mas nada foi encontrado. “O biólogo disse que, normalmente, esses escorpiões aparecem em locais com pouca higiene e com acúmulo de madeiras. Não é o caso da minha casa. A suspeita é que ele tenha entrado pelo duto de iluminação. Eu estou em pânico. Já fiz uma faxina minuciosa e coloquei uma luminária para impedir que eles desçam pelo duto”, disse.
A síndica do prédio, Cecília Mota, explicou que foi feita uma vistoria em todo o edifício e já colocou um quadro de aviso alertando os moradores sobre o ocorrido. “Os técnicos vistoriaram os porões e nada foi encontrado. Eles informaram que os escorpiões costumam se alimentar de baratas. Vamos fazer uma dedetização. Estamos tomando todos os cuidados necessários”, afirmou.
HUAP: Hospital de referência na região
O Brasil tem 140 espécies de escorpião, mas apenas quatro delas são venenosas, incluindo o escorpião amarelo, considerado o mais tóxico. Segundo o presidente do IVB, Edmilson Migovski, uma picada deste escorpião pode levar à morte, principalmente se a vítima for criança. “Quando uma pessoa é picada, o socorro precisa ser imediato. O paciente precisa receber o soro que é produzido pelo Vital Brazil e distribuído para todo o país”, afirmou.
Os efeitos da picada são quase que imediatos e as vítimas podem sofrer os seguintes sintomas: fortes dores no local, tontura, suor e salivamento excessivo, náuseas e vômitos, além de insuficiência cardíaca e respiratória, com risco de morte.
O biólogo do IVB, Cláudio Machado, informou que não há muitos relatos desse escorpião na região. “Esse escorpião tem o veneno mais tóxico do Brasil. Ao ser picado, a pessoa tem que procurar o atendimento de emergência, mesmo que não encontre o animal. No caso de São Gonçalo, o atendimento é feito no Huap, que tem núcleo de animais peçonhentos. Lá, o paciente recebe o soro necessário ficando livre de qualquer sequela. Depois de corretamente medicado, não há riscos à saúde”, afirmou o especialista.
