Estima-se que sejam 150 milhões – mais do que alguma vez foram – e preparam-se para invadir os lares britânicos durante o Outono.
Embora para alguns pareça um cenário apocalíptico, a verdade é que já não é novidade. Todos os anos, os lares britânicos são invadidos pela infame Eratigena atrica – ou Aranha Gigante Doméstica – durante os meses de Setembro e Outubro.
Este (dispensável) fenómeno deve-se, como explica Simon Garrett, chefe de Estudos de Conservação Ambiental na Sociedade Zoológica de Bristol, ao início da época de acasalamento da espécie.
“As aranhas não gostam especificamente de entrar em casas. Na verdade, até preferem ficar longe delas, pois há menos comida e pouca humidade – é a necessidade de acasalar que altera o seu comportamento”, afirma.
Estes aracnídeos, de tons laranja e castanho escuros, podem chegar a medir 7,5 centímetros. E este ano, a sua população cresceu mais do que nunca, graças às recentes condições meteorológicas do país – o verão húmido contribuiu para uma maior proliferação de moscas e outros insetos dos quais a aranha se alimenta, o que, segundo as palavras do naturalista Malcolm D. Welshman, “aumentou a sua população – consequentemente, 150 milhões [de aranhas] estão agora em marcha para o interior das casas para dar início ao processo de nidificação”.
O processo de acasalamento da Eratigena atrica dura algumas semanas, ao qual se segue a produção e armazenamento, por parte da fêmea, de mais de 10 sacos de ovos – cada um com cerca de 60 ovos individuais. Apenas na primavera seguinte se dará a fase de eclosão, a qual irá garantir a continuidade da espécie.