Em vez de serem temidos como fonte de transmissão da febre amarela, na verdade os macacos deveriam ser celebrados: eles atuam como verdadeiros guardiões contra a doença, já que sua morte alerta os seres humanos da presença do vírus em determinada região.
Macacos são muito sensíveis à doença, mas não a transmitem: os responsáveis por disseminá-la, na sua forma silvestre, são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.
“Quando o primata fica doente, pega a doença por picada de insetos. Ao contrair a doença, mostra para nós que os pernilongos estão com vírus, que está circulando naquele ambiente”, explica a especialista em patologia veterinária Karin Werther, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Então o papel do primata, para nós, é um sinal. Ele atua como sentinela. Esse sinal é importante para que nós possamos, seres humanos, possamos tomar uma providência no sentido de nos proteger, por meio de vacinas”, acrescenta.
O Horto foi fechado, assim como o Parque Estadual da Cantareira e o Parque Anhanguera, onde um sagui foi achado morto.
Os mosquitos Haemagogus e Sabethes não têm muita autonomia de voo, por isso a vacinação será concentrada, por ora, em bairros da zona norte da cidade que ficam próximos ao Horto, como Cachoeirinha e Tremembé.
A previsão da administração municipal é que até 2,5 milhões de doses devam ser aplicadas em fases posteriores da campanha de imunização na capital paulista.
É importante conter a doença rapidamente porque também há a forma urbana da enfermidade, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo inseto da dengue e da febre chikungunya.