Os moradores de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, estão em estado de alerta evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti. Isso porque este é o período do ano em que aumentam as chances de infestação do mosquito, causador de diversas doenças como a dengue, a zika e a chikungunya, já que a previsão é de início de período chuvoso na região aliado ao calor intenso.
A dona de casa, Geane da Silva Ferreira, entende o quanto é importante observar onde podem ser os possíveis criadouros do mosquito e já sabe como evitar isso. “É sempre ter a caixa coberta, evitar ter reservatório aberto e as plantas devem ficar sempre na areia, para não arriscar pegar a dengue”, disse a dona de casa.
Para intensificar o alerta à população, os agentes de endemias percorreram o município durante toda a Semana Nacional de Mobilização no Combate ao Aedes Aegypti para o Levantamento do Índice Rápido para o Aedis Aegypti, o LIRAa.
De acordo com o supervisor de Endemias do município, Erisbaldo Alves de Oliveira, esta é uma amostragem da situação da infestação do mosquito por bairros. “O LIRAa é um sorteio que se faz e essas áreas são chamadas de extratos. Petrolina se divide em 13 extratos. A gente visita estas áreas para detectar o índice de infestação no município”, explicou.
No último LIRAa realizado foi em agosto deste ano. Petrolina ficou com médio risco de infestação. Segundo a Secretaria de Saúde, de janeiro a setembro deste ano foram notificados no município 140 casos de dengue, 18 deles foram confirmados. As notificações de chikungunya chegaram a 56, com 9 confirmações. No mesmo período foi notificado um caso de zika, mas não houve confirmação.
Mas na cidade ainda é possível encontrar muitos terrenos baldios com muito lixo espalhado, como garrafas, latas e outros materiais que podem servir de criadouro para o mosquito colocar os ovos. Desde janeiro foram recolhidos pela prefeitura 65 mil toneladas de entulho no município. Estes terrenos estão sendo fiscalizados e os proprietários notificados pela prefeitura.
“Ao longo destes quatro meses já notificamos mais de 80 proprietários de terrenos baldios. O município tem legislação própria onde os proprietários destes terrenos têm que mantê-los murados e limpos. Existem casos extremos que a gente não pode esperar que os proprietários tomem a iniciativa de limpá-lo e a gente está fazendo a limpeza e está mandando a conta para estes proprietários”, disse o secretário de Desenvolvimento e Sustentabilidade, Eduardo Carvalho. Depois da notificação, o dono tem até 30 dias para começar a murar e limpar o local.
É preciso que cada um tome consciência como a recicladora Cleide Maria de Almeida. “Se não cuidar da casa da gente, passa pra casa do vizinho e aí fica o problema para gente depois. A gente tenta se cuidar e cuidar do vizinho também”, disse.