Cuiabá dispensa fumacê e aposta na tecnologia

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dengue - Pragas e Eventos

Ao contrário do município vizinho de Várzea Grande que utiliza o fumacê para o combate ao mosquito do Aedes aegypti, Cuiabá descarta o uso do inseticida e aposta em outras iniciativas para controlar o avanço do vetor, responsável pela transmissão de doenças como a dengue, o zika vírus e a chikungunya. Na capital, uma das principais apostas é o mapeamento aéreo georreferenciado realizado por um drone de alta tecnologia, que tem um custo operacional da ordem de R$ 900 mil.

Ontem, a Prefeitura de Cuiabá lançou o Plano Estratégico de Enfrentamento ao Aedes aegypti de 2018. Com o drone, a ideia é monitorar os focos larvários do mosquito. Após, é feita a verificação “in loco”, com conscientização dos proprietários, limpeza ou tratamento. A eficácia do drone vem do fato da ferramenta ser controlada por um técnico e filma em resolução 4K – o equivalente a quatro vezes o padrão Full HD e com georreferenciamento.

“O fumacê tem sua eficiência, mas ele traz um outro risco, outro prejuízo à população, principalmente, por afetar a saúde especialmente de idosos e crianças. Nós queremos combater o mosquito sem provocar outras doenças e estaremos usando tecnologia de ponta e com custo mais razoável, qualidade e precisão”, justificou o prefeito, Emanuel Pinheiro.

Já a gestora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), Moema Blatt, reforça a necessidade combate ao vetor. “A dengue tem quatro tipos de vírus, ele pega quem não teve da outra vez. A gente está com um vírus circulando em Goiás (GO), que é o do tipo ‘II’, um vírus que provoca sintomas graves e complicações. Portanto, esse é mais um motivo para a gente combater o Aedes aegypti”, disse Blatt.

Ela lembra de todas as possíveis complicações decorrentes da dengue, há ainda a febre amarela. Neste caso, um plano de vigilância do órgão municipal que já apontou que o vírus da doença circula em alguns pontos de mata da cidade. “A gente não pode deixar chegar na cidade”, alertou. Na mata, a febre amarela é transmitida por um vetor do tipo silvestre. Na área urbana, o transmissor é o Aedes.

Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde aponta que somente no primeiro mês – levantamento semana 04 – foram notificados mais de 94 casos de dengue, 108 de chikungunya e 52 de zika vírus. Dos bairros com mais notificações figuraram Pedra 90, Coophamil e Santa Isabel.

Em Várzea Grande, a prefeitura da cidade lançou no início deste mês a operação “Todos Unidos: Várzea Grande contra a Dengue”, que tem como uma das principais estratégias o uso do fumacê. Segundo a administração municipal, o fumacê terá cobertura de 100% da cidade e se dará em quatro etapas e durará em média 42 dias respeitando os tempos de ação de cada aplicação totalizando quatro.

Por lá, o argumento para o uso do inseticida é que para eliminar os insetos alados se faz necessária a aplicação espacial de inseticida, realizada pelo carro fumacê, sendo a aplicação espacial de inseticidas com UBV Pesado é indicada somente como uma medida emergencial complementar, naqueles casos onde há a confirmação de alta incidência das doenças. (JD)

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