Um estudo liderado por cientistas chineses decifrou toda a composição genética da barata americana (periplaneta americana) para entender como o inseto sobrevive em condições insalubres.
Os pesquisadores descobriram que a barata conta com mais de 20 mil genes – com um código genético tão grande quanto de um ser humano – que a ajuda a se adaptar, sobreviver e prosperar em ambientes sujos e escuros.
Shuai Zhan, que trabalhou no projeto no Instituto de Fitologia e Ecologia de Plantas de Xangai, explicou, em publicação na revista Nature Communications, que a barata tem um grande conjunto de genes que a permite sentir cheiros que prejudicam a comida, especialmente alimentos fermentados. Além disso, outro grupo genético protege a barata, caso o inseto coma qualquer coisa tóxica.
Outro grupo de genes reforça o sistema imunológico, combatendo possíveis infecções de todos os tipos de germes, fazendo com que a barata se fortaleça em ambientes insalubres. Outros materiais genéticos permitem que as baratas se reproduzam rapidamente e em grande quantidade, assim como dão ao inseto a capacidade de regeneração de membros cortados ou quebrados.
Ao identificar quais genes são fundamentais para viver, Zhan espera encontrar melhor maneira de controlá-los. Porém, mesmo com a vasta pesquisa, os cientistas chineses não encontraram nenhum gene que comprove o dito popular de que as baratas sobreviveriam a uma explosão nuclear. “Eu acho que isso é um exagero e não foi provado”, afirmou Zhan.
As baratas americanas, que podem chegar a cinco centímetros de comprimento, ganharam o mundo no século XVI, quando chegaram aos Estados Unidos vindas da África. Os insetos se reproduziram e multiplicaram em cantos escuros e úmidos das casas e restaurantes, especialmente em cozinhas e banheiros.