Devido o constante aparecimento de escorpiões no Estado, a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, por meio da Vigilância Ambiental, traz algumas informações e orientações importantes sobre os cuidados necessários para evitar a presença do animal. Uma das principais dicas é manter terrenos sempre limpos, já que o escorpião gosta de ambientes escuros e úmidos, onde tem comida e água, como restos de material de construção, montes de folhas secas e insetos, como baratas e grilos.
Embora exista mais de 1.200 espécies conhecidas, as mais comuns no Paraná e em Londrina, e responsáveis pela maioria dos casos de acidente, são os escorpiões marrons (Tityus bahiensis), os pretinhos, principalmente do gênero Bothriurus sp, e os amarelos (Tityus serrulatus), um dos mais venenosos. Essa é a espécie de maior perigo em todo Brasil, sendo a principal causadora de óbito, principalmente em crianças de até nove anos.
Segundo a coordenadora de Saúde Ambiental e Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde, Sandra Oka, os acidentes geralmente ocorrem quando se manuseia material de construção ou entulho em residências e são mais comuns na primavera e no verão. Em caso de acidente, a orientação da Secretaria Municipal de Saúde é que a pessoa lave o local da picada com água e sabão; procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima; se possível capture o escorpião para levá-lo para a identificação da espécie e diagnóstico. Também pode-se aplicar compressas quentes. A compressa fria aumenta a sensação de dor.
A coordenadora explicou que quando a pessoa é picada pelo animal, é fundamental que ela seja avaliada pelo médico, o qual tomará as decisões sobre o tratamento a ser ministrado. “Todas as espécies de escorpião podem inocular veneno pelo ferrão e a gravidade do envenenamento varia conforme o local da picada e a sensibilidade do acidentado”, informou.
Além dos cuidados médicos, quando há registros de uma pessoa picada, a Vigilância Ambiental faz uma busca ativa para ver se há mais escorpiões nas proximidades do local do acidente. Além disso, mesmo que a pessoa não tenha sido picada, a orientação é para informar a Vigilância, a fim de que seja feita uma avaliação do local. O telefone é o 3372-9407.
Segundo a coordenadora, não há desinsetização eficaz contra o aracnídeo, devido o hábito do escorpião de se esconder em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas madeiras, em fendas e rachaduras de solo além da sua capacidade de não se mover por meses. “Além disso, ele permanece longos períodos em abrigos naturais que impedem a ação do inseticida, além de ficarem por longo tempo com o estigma pulmonar fechado”, explicou.
Número de casos – De acordo com dados da Vigilância Ambiental de Londrina, do início do ano até o dia 4 de maio, foram enviadas para identificação 147 amostras de escorpiões, sendo que 29 foram responsáveis por acidentes. Além disso, foram registrados 209 atendimentos em residências, relacionados ao animal. A Secretaria Municipal de Saúde tem registrado uma média de cinco atendimentos por dia, relacionados a escorpião, incluindo reclamações e acidentes com o aracnídeo.
Medidas preventivas – Examinar calçados, roupas e toalhas antes de usá-los; manter limpos quintais, jardins, sótãos, garagens e depósitos, evitando acúmulo de folhas secas, lixo e demais materiais como entulho, telhas, tijolos, madeiras e lenha; ao manusear materiais de construção, usar luvas de raspa de couro e calçados; manter berços e camas afastados das paredes, no mínimo 10 cm, e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão.
É importante também tomar cuidado especial ao encostar-se em locais escuros e úmidos e com presença de baratas; rebocar paredes e muros que apresentem vãos e frestas; vedar soleiras de portas com rolos de areia; usar telas em ralos do chão, pias ou tanques; acondicionar o lixo em recipientes fechados para evitar baratas e outros insetos que servem de alimento aos escorpiões; realizar roçagem de terrenos.