Convivência com capivaras pode ser

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Capivara no Lago do Silvério: recomendação é manter distância segura para que animais não causem distúrbios LAURA AGOSTINHO
As capivaras têm se tornado uma visita frequente na área urbana de Jaú. Bastante presentes na zona rural da região, geralmente perto de rios e córregos, algumas delas foram vistas recentemente na Vila Hilst, perto do Rio Jaú, e na região do Lago do Silvério.
Apesar do porte avantajado – a capivara é o maior roedor do mundo, podendo alcançar até 1,3 metro de largura, 50 centímetros de altura e peso de 80 quilos –, o animal pode conviver pacificamente com os seres humanos nas cidades.
O maior risco na proximidade entre pessoas e capivaras é a possibilidade de o bicho facilitar a transmissão da febre maculosa, que pode ser letal. Apesar de alguns casos da doença terem sido registrados no interior de São Paulo nas últimas semanas, a Vigilância Epidemiológica de Jaú afirma não haver notificações ou confirmações da enfermidade no Município.
De modo geral, basta manter distância segura das capivaras que elas não causarão distúrbios entre as pessoas. Para o professor Jozrael Henriques Rezende, do curso de meio ambiente e recursos hídricos da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Jaú, a vinda de capivaras à cidade pode ser vista como bom sinal, pois indica que a água tem boa qualidade e há presença de alimento – herbívoras, elas comem até 3 quilos de grama fresca por dia.
“Temos de entender que a capivara está ocupando o espaço dela. É preciso que as pessoas respeitem”, comenta o docente.
Com o progressivo desmatamento e a supressão de matas ciliares, as incursões de animais de diversas espécies às cidades têm se tornado constantes.
“A capivara tem se tornado comum nas cidades. Seu habitat é nas margens de rios, lagos e pântanos. Normalmente ela tem hábitos diurnos, mas acaba adquirindo hábitos noturnos na cidade”, explica Rezende. É um animal que se reproduz com facilidade, e as fêmeas podem ter até duas gestações por ano.
No fim de junho, o governador Márcio França (PSB) sancionou projeto de lei que proíbe qualquer tipo de caça no território paulista. A medida contraria a atual legislação nacional, que, mediante série de condições, autoriza determinados tipos de caça, como para subsistência ou proteção a lavouras.
Doença
O professor da Fatec apenas faz o alerta para que a população de capivaras seja monitorada a fim de prevenir o processo de transmissão da febre maculosa. Embora Jaú não tenha registros de suspeita ou confirmação da doença, a febre maculosa matou ao menos sete pessoas em Americana, uma em Limeira e uma em Santa Bárbara D’Oeste em 2018.
A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato é encontrado principalmente na capivara, mas também ocorre em bois, cavalos, cães, aves domésticas e roedores em geral.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos humanos a febre maculosa é adquirida pela picada do carrapato infectado com riquétsia, e a transmissão geralmente ocorre quando o artrópode permanece aderido ao hospedeiro por algumas horas. O período de incubação da doença é de dois a 14 dias.
Os sintomas são febre de início súbito, dor de cabeça e nas articulações e/ou prostração, seguida de vermelhidão predominantemente nas palmas das mãos e plantas dos pés, equimoses e hemorragias e lesão no local onde o carrapato ficou aderido.
O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença. Em caso de suspeita, é importante buscar ajuda médica – o tratamento é feito com antibióticos.
Para prevenir a infecção, recomenda-se distância das áreas onde vivem os carrapatos-estrelas. Caso não seja possível, deve-se usar mangas longas, botas e calças, com preferência para roupas claras para facilitar a visualização dos carrapatos. Depois, as peças de roupa devem ser colocadas em água fervente.
Fonte: http://www.comerciodojahu.com.br/noticia/1379807/convivencia-com-capivaras-pode-ser-pacifica
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