Pacientes internados no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, foram avisados nesta quarta-feira que as cirurgias foram suspensas por falta de materiais hospitalares. No Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, ratos foram vistos circulando pelos corredores.
Uma funcionária chega a se assustar. Há seis dias, outra imagem gravada dentro do hospital revela uma superlotação na Emergência da unidade. Pacientes ouvidos pelo G1 afirmam que tiveram que esperar horas e até dias para realizar procedimentos. Outras críticas são a falta de leitos e de materiais básicos na unidade.
‘Sem perspectiva’
Na unidade de Santa Cruz, o chefe do setor de Ortopedia deu a má notícia a um paciente, que gravou a conversa.
“O problema é que agora não tem mais material para fazer cirurgias”, diz médico.
“Só o atraso do funcionário era fácil de conseguir trabalhar. O problema é que agora não tem mais material para fazer cirurgias. Então as cirurgias foram todas suspensas de hoje em diante, sem perspectiva de conseguir voltar a operar aqui no hospital”, disse o chefe do setor.
Acompanhantes que aguardam por cirurgias de seus familiares estão reclamando da falta de informação no hospital. “A gente precisa de uma posição. Ele precisa ser transferindo para fazer a cirurgia do joelho. Ele está sentindo muitas dores e nós não temos nenhuma posição do hospital”, diz esposa do paciente.
Na terça-feira (24), familiares de pessoas que vieram a falecer no Hospital Municipal Pedro II denunciam que os corpos não estão sendo liberados do necrotério e, por isso, estão se acumulando. Os salários estão atrasados e não há funcionários para liberar os papéis para o Instituto Médico-Legal (IML).
Falta de salários na UPA de Madureira
Segundo uma funcionária da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Madureira, que preferiu não se identificar, o pagamento dos salários está em atraso.
“Nossos pagamentos estão atrasados dos funcionarios da copa, no laboratório, da portaria e também da limpeza. O atendimento está normal porque os médicos, técnicos e enfermeiros receberam. O prefeito diz que está tudo pago e que não tem nada pendente. Só que estamos com os salários atrasados e precisando pagar contas. Se não tiver um repasse, nós vamos ter que parar”, diz a funcionária.
Outra ameaçou parar o serviço se não receber. “Estamos passando por uma situação muito difícil. Quase dois meses sem salário. Eles dizem que as Organizações Sociais (OSs) não estão tendo o repasse. No momento temos passagem para trabalhar, mas eles esquecem que temos contas para pagar. Toda vez dizem que não tem previsão para o pagamento”, conta.
O que diz a prefeitura
O Hospital Municipal Pedro II esclarece que as cirurgias de emergência estão sendo realizadas e que as ortopédicas, classificadas como eletivas, estão sendo realizadas em outros hospitais da rede de acordo com a disponibilidade de vagas. O Pedro II é um hospital de urgência e emergência, que não recusa pacientes e, por isso, pode funcionar com a capacidade acima do ideal.
A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge disse que o rato foi capturado pela equipe de limpeza da Comlurb e que o animal não teve contato com nenhum paciente. A direção disse ainda que o controle de roedores da unidade é feito periodicamente pela equipe de controle da Comlurb, seguindo os protocolos sanitários estabelecidos.