Enjoos, dor de cabeça, tontura, vômitos, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar e até a morte. A picada de um escorpião pode causar vários sintomas e deve ser imediatamente tratada. Há risco de morte, principalmente em crianças e idosos. Por tudo isso e pela intensa infestação desses animais na área urbana de Rio Preto – 257 pessoas foram picadas no primeiro semestre deste ano -, agentes da saúde, alunos voluntários da Unirp e técnicos da Vigilância Sanitária realizaram nesta quarta-feira, 22, a segunda etapa do projeto-piloto de combate a escorpiões.
Na “caçada” pelos bichos, no início da manhã, a Vigilância Ambiental aplicou inseticida nas galerias de esgoto, das ruas do bairro Vila Flora, utilizando o produto microencapsulado, com intensão de provocar a morte dos escorpiões e também de baratas – que são alimentos para os aracnídeos. À noite, com o efeito do produto, foi a vez dos 40 integrantes da equipe de agentes, voluntários e técnicos utilizarem a luz negra para capturar os escorpiões.
“Quando você está procurando o escorpião no ambiente de período noturno, ela (luz negra) destaca o animal, que fica com uma cor verde florescente. Facilita para achar o escorpião em entulhos ou madeira. Passando a luz você o encontra facilmente devido à proteína que ele tem no corpo”, explicou Abner Alves, gerente da Vigilância Ambiental. Durante a ação, César Leandro, biólogo da Vigilância Ambiental, foi o primeiro a encontrar um escorpião em meio a uma construção.
Em Rio Preto foram registrados 281 casos de picadas em 2016 e 384 em 2017. O escorpião mais comum é o amarelo, que é o animal com a peçonha mais potente contra o ser humano e pode levar até o óbito.
“Crianças e idosos são mais propensos, porque a quantidade de veneno para uma massa corporal menor, como de uma criança, deixa ela mais exposta. O idoso, com uma debilidade maior do corpo, não consegue processar o veneno e pessoas cardíacas, porque o veneno é neurotóxico e pode levar a uma parada cardiorrespiratória”, disse Abner.
“Essa é a segunda etapa e a quarta visita que fazemos à área. Estamos fazendo o levantamento inicial de infestação e agora vamos acompanhar essa população até novembro. Aqui (Vila Flora) e no Parque Industrial. Ainda sem tabular os dados, posso dizer que foram muito elevados. Encontramos muitos exemplares dentro da superfície, em terrenos, principalmente, e dentro das residências. Então, isso é muito preocupante, porque nos mostrou que temos um altíssimo nível de infestação, infelizmente”, finalizou.
A próxima visita aos bairros está programada para o mês de outubro. No Parque Industrial, diferentemente da Vila Flora, não vai ser aplicado o veneno na galeria de esgoto. O objetivo é comparar o nível de infestação nas duas áreas após a aplicação do produto para verificar sua eficácia.