O Ministério Saúde divulgou nesta terça-feira (26) que em Santa Catarina houve um aumento de 644,4% nos casos prováveis de dengue, em comparação com informações de 2018, no período de 30 de dezembro e 2 de fevereiro. O órgão considera ainda que o estado está entre os cinco que mais tiveram aumento de casos neste ano.
No período analisado, 18 casos prováveis de dengue foram registrados ano passado e 134 neste ano. Segundo o Ministério da Saúde, os casos prováveis são aqueles em que há o diagnóstico clínico, mas não necessariamente passaram por exame laboratorial, bem como os com confirmação.
Os números foram divulgados pelo coordenador do departamento de Dengue do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, em entrevista coletiva. O órgão ainda afirma que os dados são preenchidos e enviados pelos estados e municípios ao sistema do governo federal.
Dados da Dive-SC
Em Santa Catarina, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) utiliza outros critérios para afirmar sobre crescimento de caso de dengue, levando em conta casos confirmados clinicamente comprovados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), dados suspeitos – que tem quadro clínico compatível, mas ainda não confirmados em exame, além de dados notificados.
Os períodos analisados também não convergem com os do Ministério da Saúde. Em 2018, a Dive-SC analisou casos entre 31 de dezembro de 2017 e 3 de fevereiro de 2018 em boletim divulgado pelo órgão estadual. No período, nenhum caso foi confirmado da doença, 96 eram suspeitos e 136 foram descartados, de um total de 232 notificados para análise.
Já em 2019, o último boletim compreendeu de 30 de dezembro de 2018 a 9 de fevereiro de 2019. Foram até então 11 casos confirmados, 151 suspeitos e 166 descartados, de um total de 328 notificações.
Como as bases de dados são diferentes, não há como calcular uma porcentagem utilizando o mesmo parâmetro do período. Mesmo assim, em 2019 houve um acréscimo de 11 casos confirmados, cerca de 50 casos suspeitos e quase 100 notificações a mais.
Explicação dos dados
Questionado sobre a diferença dos dados estaduais, o Ministério da Saúde afirmou: “se o estado não utiliza esse parâmetro, do qual o Ministério da Saúde recomenda, ele pode estar usando apenas dados confirmados por exames laboratoriais”.
Já a Dive-SC diz que trabalha no boletim casos confirmados por ter condições de confirmar todos os casos laboratorialmente. A diretoria ainda afirma que a base de dados do Ministério da Saúde, “entram no cálculo aqueles notificados, que ainda não foram encerrados ou que estão aguardando resultado laboratorial (suspeitos). Citam os casos confirmados de 2018 e casos prováveis de 2019”.