Mosquiteiros impregnados de medicamento contra malária, uma nova ferramenta

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Mosquiteiro sobre uma cama em um hospital de Ahmedabad, Paquistão, em 2 de novembro de 2018 - AFP/Arquivos

Impregnar os mosquiteiros com um medicamento contra a malária utilizado com frequência em humanos poderia se tornar uma nova ferramenta para combater a doença, dado que certos mosquitos se tornaram resistentes aos inseticidas, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira.

O uso de inseticidas nos mosquiteiros foi durante anos parte dos recursos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para prevenir as picadas de mosquitos portadores da malária.

Segundo um estudo de 2015, foi possível diminuir em dois terços as infecções em nível mundial desde 2000 com este método.

Mas cada vez mais mosquitos desenvolveram resistência aos inseticidas até agora utilizados, o que questiona a efetividade desta estratégia.

A OMS advertiu em novembro sobre a estagnação nos últimos anos da luta contra uma epidemia que afetou 219 milhões de pessoas e causou 435.000 mortes em 2017.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard (Boston, EUA), desenhou uma via alternativa que não mata os mosquitos, mas elimina o parasita Plasmodium, responsável pela doença da que são portadores.

Os cientistas reproduziram em laboratório uma situação similar à que ocorre quando um mosquito cai em um mosquiteiro. Os insetos se alimentaram com sangue contaminado com o parasita e depois foram postos em contato durante seis minutos com uma superfície coberta com uma baixa dose de Atovaquona ou ATQ, um medicamento contra a malária.

Nos humanos este medicamento do tipo preventivo mata o parasita e inibe as funções mitocondriais. Segundo o artigo publicado na revista Nature, foi obtido o mesmo resultado expondo os insetos diretamente ao ATQ.

“Testamos dois tipos de medicamentos contra a malária e isto funcionou muito bem com o ATQ: todos os parasitas foram eliminados!”, explicou Flaminia Catteruccia, professora de Infectologia em Harvard e coautora do estudo.

Este método é “seguro para as pessoas que dormem sob os mosquiteiros e para o meio ambiente”, apontou Catteruccia.

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