Subiu para 63 o número de notificações de casos de febre maculosa (entre suspeitos e confirmados) em Contagem e Belo Horizonte. O surto começou entre moradores de uma área no Bairro Nacional, no município da Grande BH. Para combater o carrapato-estrela, vetor da doença, a prefeitura de Contagem fechou a Rua Primeiro de Maio e desde ontem equipes fazem a aragem e espalham cal no terreno de 8 hectares onde estão os focos do parasita.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até a manhã desta quarta-feira haviam sido notificados 32 casos de febre maculosa. Ontem eram 21. Entre esses casos estão duas mortes confirmadas pela doença e outras duas em investigação. As vítimas eram da mesma família. Em Belo Horizonte são 31 casos notificados até esta manhã.
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Na terça-feira, máquinas pesadas foram encaminhadas ao endereço da Rua Primeiro de Maio onde moravam as pessoas que morreram e outros familiares, em um conjunto de casas. Ao todo, 20 homens trabalha na área revirando a terra e espalhando cal, considerado um produto de menor impacto ambiental. Ele equilibra a acidez do solo e ajuda a eliminar os carrapatos, segundo informações da prefeitura.
“Dois moradores da área afetada acompanham o trabalho. Todos utilizam macacões especiais. As máquinas, antes de entrarem para a área, recebem pulverização de veneno. Esse processo é para que quando o maquinário retornar ao asfalto, não tragam carrapatos vivos para a região onde há tráfego de pessoas”, informou a Secretaria Municipal de Saúde. “A Defesa Civil realizou o bloqueio preventivo da rua Primeiro de Maio. As pessoas que precisam passar pelo local são cadastradas. Temos aqui um quilômetro de interdição. A medida é uma forma de evitar o acesso de um grande número de pessoas à área de contaminação. Os moradores estão transitando, respeitando as orientações repassadas por nossa equipe”, destaca.
A prefeitura também continua recolhendo e aplicando carrapaticida nos cavalos sem dono encontrados no bairro. Até o momento foram nove animais. As capivaras, que também são hospedeiras do carrapato-estrela, são monitoradas com o uso de um drone. O trabalho é realizado com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, que já tem experiência com o manejo dos animais da orla da Lagoa da Pampulha. “A princípio, Contagem deve capturar as capivaras, realizar a vermifugação e colocar chips nos animais”, diz a nota enviada nesta quarta.