A dengue causou a morte de 443 pessoas no Brasil em 2019, um aumento de 233% em relação ao mesmo período do ano passado. Até 30 de junho, o país registrou quase 1,3 milhão de casos, o que significa que a doença cresceu 584% sobre o primeiro semestre de 2018. A alarmante disparada da dengue aparece nos dados do Ministério da Saúde e alerta para a urgência de medidas eficazes no combate ao mosquito Aedes aegypti, que também é transmissor de zika e chikungunya.
O impacto não aparece apenas na saúde da população. Tampouco o maior prejuízo financeiro é com tratamento, e sim com danos à produtividade. Segundo estudo de vários centros de pesquisas liderados pela Fiocruz de Pernambuco, o Brasil perde até US$ 1,2 bilhão ao ano por causa da dengue e as regiões ricas são mais afetadas.
Por isso, quando surge no país algum exemplo na contramão desse cenário, é preciso entender o que ocorre. No interior do Paraná, uma cidade chama a atenção de autoridades e profissionais da saúde. Com pouco mais de 40 mil habitantes e distante cerca de 400 km de Curitiba, Jacarezinho registra reduções superiores a 90% no número de mosquitos Aedes aegypti, na área contemplada pelo Projeto Piloto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela empresa de biotecnologia Forrest Brasil em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a prefeitura.
A tecnologia empregada é única no mundo: dispensa o uso de inseticidas e é baseada na esterilização dos machos por meio da alimentação. Com menos mosquitos férteis copulando, menor o número de vetores da doença sendo produzidos.
O sucesso definiu a assinatura de um contrato, nessa quarta-feira, entre o município e a empresa – que pertence ao grupo multinacional Forrest Innovations. Além disso, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) já concedeu uma licença de operação que permite que a tecnologia da Forrest seja aplicada em outros municípios. Os resultados estão agora sendo apresentados para outras cidades em todo país.
“Os dados comprovam que a tecnologia, aliada ao trabalho de educação e conscientização da população, contribuiu para a redução significativa dos índices de infestação do Aedes aegypti, e mais importante, pela primeira vez um método foi comprovadamente eficaz na prevenção da dengue. Estamos levando esses resultados para autoridades de outras cidades que enfrentam o mesmo problema e buscam soluções sustentáveis para combater a dengue e outras doenças relacionadas a esse mosquito”, conta Elaine dos Santos Paldi, diretora da Forrest Brasil.
Fundada e dirigida pelo cientista israelense Nitzan Paldi (foto, à esquerda), a Forrest Brasil Tecnologia é uma empresa internacional de biotecnologia avançada desenvolvida em Israel, com foco no desenvolvimento de soluções para combater os mosquitos vetores de patógenos causadores de doenças de grande impacto para a saúde pública, tais como dengue, febre amarela urbana, chikungunya e zika. A empresa tem operação em três países: Israel, Estados Unidos e Brasil.
MAIS NEGÓCIOS
Os chás da Moncloa: previsão de crescer 62% em 2019
A franquia Moncloa Tea Boutique – especializada em chás, infusões, blends e acessórios – bateu os R$ 10,5 milhões de faturamento aos cinco anos de idade. Vinte lojas depois da primeira, instalada em dez cidades, pretende incrementar esses valores em 62% neste ano, sobre o ano passado. A estratégia de crescimento inclui a abertura de mais 11 lojas até dezembro. Seu público está na faixa A e B+, e valoriza a experiência oferecida por uma carta de chás e blends de dezenas de sabores, pelas embalagens e produtos para presentear. As latas e pouchs, com 30, 45 ou 65 gramas de produto, custam a partir de R$ 35,90. Além dos chás, a marca comercializa uma completa linha de acessórios, como bules, canecas, infusores e garrafas térmicas, categorias que crescem muito dentro desse segmento, informa o sócio proprietário Eduardo Jardim.
Em média, a Moncloa lança 12 produtos ao ano e a inovação ajuda a garantir uma taxa de conversão de 75% a 85%, e um tíquete médio de R$ 100.
Uma das 15 selecionadas para o brMalls Partners, programa de aceleração desenvolvido pela empresa de shoppings em parceria com a Endeavor, entre 452 inscritas, a empresa receberá assessoria especializada e mentoria para escalar a produção. Em 2017, ela passou pelo programa Scale Up, também da Endeavor, que acompanha empresas com alto potencial de crescimento.
Nossa Saúde adota venda remota com biometria facial
A plataforma Venda Fácil é a estrela da estratégia de negócios da operadora de planos Nossa Saúde – criada em 1990 e com operação em Curitiba e São José dos Pinhais. A ideia é usar a biometria facial para diminuir a burocracia e incrementar as vendas, sem abrir mão da segurança. Totalmente digital, a operadora sai na frente, no Sul do país, em vendas remotas.
A plataforma eliminou o “kit com papelaria de vendas” e o contato pessoal entre vendedor e cliente. “Ele pode responder tudo pelo smartphone, assinar digitalmente e validar tudo com a leitura biométrica facial”, diz Dulcimar De Conto, diretora geral da Nossa Saúde. Para esse serviço, a empresa fez parceria com a Acesso Digital, que usa a leitura dos traços do rosto para confirmação de identidade e confirma as informações por meio de um banco de dados inteligente, que confere a imagem recebida com as cadastradas no mesmo CPF.
Do ponto de vista financeiro, o custo de operação será seis vezes menor. Além cortar gasto com papel, a empresa reduziu o tempo de simulação de um plano de 25 para dois minutos. A carteirinha chegava em 25 dias e agora chega em cinco. No momento, o Venda Fácil está disponível para planos individuais ou familiares e em breve estará disponível também para planos empresariais.
Aposta em biodiesel marca rumo do Grupo Potencial
O Grupo Potencial – iniciado há 25 anos com um posto de combustíveis na cidade da Lapa e hoje um dos dez maiores nomes nesse mercado no país – aposta na produção de biodiesel para dobrar o faturamento até 2020, em relação a 2015. A projeção é puxada pela produção de energia renovável da Potencial Biodiesel, que em menos de uma década de operação já divide com a Potencial Petróleo, empresa de distribuição de combustíveis, mais de 90% de participação no faturamento anual do grupo paranaense.
O biodiesel, e tudo que envolve energia renovável, será o alicerce do negócio para as próximas gerações. Queremos ser reconhecidos como uma empresa de energia”, resume o diretor comercial e operacional da Potencial Petróleo, Carlos Eduardo Hammershmidt. Entre os próximos investimentos, está construir uma usina de etanol de milho, para aproveitar o crescimento das lavouras no Mato Grosso e as oportunidades que essa expansão vai gerar.
O Potencial tem clientes em dois mil municípios e está presente em cinco estados: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. A empresa tem aproximadamente 10 mil colaboradores diretos e indiretos
E TEM MAIS…
…um projeto idealizado por uma estudante de 8 anos que prevê a reciclagem de livros didáticos foi um dos vencedores do 17º Prêmio Paranaense de Excelência Gráfica Oscar Schrappe Sobrinho. A Posigraf, uma das maiores gráficas da América Latina, foi a premiada na categoria Sustentabilidade, lançada este ano, com o projeto “Logística Reversa de Livro Didático”, no prêmio que é considerado o maior da indústria gráfica paranaense. A ideia foi de Helena Giotto, aluna do Colégio Positivo Internacional, que pensou em uma forma de ajudar o meio ambiente após ler a frase “Como nossa escola pode reduzir o impacto ambiental?”, no mural do colégio. Todo o material coletado de novembro de 2018 a março de 2019 – 28 toneladas – foi encaminhado para o processo de reciclagem, virando matéria-prima para a fabricação de outros produtos.
…o novo presidente da AIMS International, organização global da área de executive search que reúne empresas de todo o mundo, é o curitibano Bernardo Entschev. Bernardo é conselheiro da De Bernt, empresa de headhunting, outplacement e consultoria de RH, com mais de 30 anos no mercado brasileiro. Um de seus desafios é tornar a marca mais conhecida mundialmente. A De Bernt tem matriz em São Paulo e escritórios em Joinville, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Miami (EUA) e New Jersey. Atende em todo Brasil e por meio da AIMS International atua em quase 50 países.
…a Nanu Poke Food Bowl, aberta há dois anos em Curitiba em uma cozinha alugada e com serviço de delivery, está abrindo a primeira franquia da marca, no Park Shopping Barigui. Em março de 2018 foi inaugurada a primeira loja física no Fresh Live Market. O resultado veio já no primeiro ano de funcionamento: a empresa vendeu mais de três mil pratos por mês, com faturamento de mais de R$ 1 milhão no ano. A expectativa é de fechar 2019 com quatro novas unidades. À frente do negócio estão a chef Lis Roveda Bastos Forte e a publicitária Renata Gasparin Palermo. Poke, do havaiano, significa cortar em pedaços e esse prato típico do Havaí ganhou espaço recentemente na mesa dos brasileiros, especialmente dos jovens.
AGENDA BUSINESS
Mercosuper 2020
Com 50% dos estandes vendidos, a Associação Paranaense de Supermercados lançou a edição 2020 de sua feira anual Mercosuper. O evento será realizado nos dias 14, 15 e 16 de abril do ano que vem.
Desafio de Incubação
A Aceleradora Sistema Fiep está entre as dez finalistas da 4ª edição do Desafio de Incubação e Aceleração de Impacto, programa realizado pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), em parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e o Sebrae. O objetivo do Desafio é mobilizar e apoiar aceleradoras de todo o Brasil a desenharem estratégias para atrair, selecionar e acompanhar a estruturação de negócios de impacto social no seu portfólio. A etapa final será entre 12 e 14 de agosto, em Florianópolis, durante o Innovation Summit.