O governo antecipou a campanha de combate à dengue, que tradicionalmente começa em novembro. O avanço da doença no Brasil acendeu o alerta das autoridades.
Se todos fossem como o senhor Wilton Brasil, de Salvador… O aposentado tem cuidado com a caixa d´água, bem vedada com uma lona de plástico: “Nós temos ainda outra lona para poder proteger mais”. Já o vizinho dele… Os agentes até tentaram, mas a caixa continuou aberta.
Os números são do próprio Ministério da Saúde: 96% da população sabem exatamente o que fazer para combater o mosquito Aedes aegypti. Mas menos de 10% tomam algum cuidado.
Inverno indo embora, a chuva vai chegar, e agentes da Vigilância Ambiental do Distrito Federal reforçam as visitas. E os cuidados são simples. “É cuidar de um pratinho de planta, observar a calha para não acumular água. Às vezes, até mesmo na água do cachorro a gente encontra foco do mosquito”, alerta Michelle Peçanha, gerente de Vigilância Sanitária do Distrito Federal.
Nos primeiros sete meses do ano, o número de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, cresceu quase 600% em todo o país; 591 mortes foram confirmadas.
O ministro da Saúde citou vários fatores: muita chuva, muito calor e a volta de um tipo de vírus, o sorotipo 2, que há dez anos não circulava no Brasil. E, segundo o ministro, não há como evitá-lo.
“O vírus está no meio ambiente. O que poderia ser é se nós não tivéssemos o mosquito. Cada época é um deles. Infelizmente, a gente não controla essa dispersão”, disse Luiz Henrique Mandetta.
O médico epidemiologista Pedro Tauil destaca que é preciso atacar o problema em várias frentes: “É preciso que se promova melhoria das condições de habitação, por exemplo. Condições nas favelas, nas invasões. E mais educação e saúde. Educação maciça pelos meios de comunicação para que as pessoas eliminem, mecanicamente, os criadouros que estão dentro dos seus quintais, nas suas casas, e para dificultar, para reduzir a proliferação do mosquito”.
Abrir as casas para a vigilância é um ótimo começo. Em Minas, estado que registrou o maior número de casos de dengue em todo país, os agentes intensificaram o trabalho de fiscalização.
Agente: “Dona Beth, essa plantinha aqui, muito perigoso, viu? A senhora colocou para dar raiz. Não pode deixar não, por causa da dengue“.
Dona Beth: É, mas eu sempre estou tirando, né?
Agente: É, todo cuidado é pouco. Planta ela, coloca ela na terra. Não deixa não porque o mosquito não está de brincadeira com nós não, viu?”