Observando esta impressionante diversidade de características – pequeno tamanho, sentidos agudos, oportunismo de dieta, atletismo e noturnalidade – fica claro que eles se combinam para predispor uma minoria de roedores a se tornarem problemas para os humanos. Entretanto, é em sua estrutura populacional que esta predisposição se torna mais clara.
Isto sugere que a unidade básica social da sociedade das ratazanas permanece relativamente constante, mas a quantidade de território defendido por cada clã varia inversamente com o tamanho da colônia inteira. O resultado de vários outros estudos sustenta o fato de que sobre condições favoráveis, grandes infestações de ratos são compostas por pequenos grupos defendendo uma área particular.
A maioria das espécies de ratos são polígamos ou promíscuos. As três espécies comensais cosmopolitanas tendem a formar colônias as quais são provavelmente livres das aglomerações de pequenas unidades familiares ou clã com um grande grau de tolerância entre as unidades.
Ratos e ratazanas se comportam iguais, com um subgrupo tipicamente consistindo de um macho dominante, duas ou três fêmeas dominantes, os subordinados (velhos e doentes) e um número de jovens. Os subordinados tem a finalidade de experimentar novos alimentos dentro da área dominada uma vez que são neófobos.
Escavações de tocas de ratazanas em solos compactos revelaram que eles têm o mesmo tamanho geral e construção, apesar de sua proximidade ao alimento e água, mas o número de tocas é mais densa em locais mais favoráveis (com mais comida).
O tamanho de subgrupos ou clãs parece ser constante nos diferentes habitats, variando de 5 a 20 indivíduos dependendo do ambiente observado e do momento da observação, pois há um movimento migratório muito grande quando os filhotes atingem a maturidade sexual e vão constituir novas famílias.
Farhag-Azad e Southwick (1979) encontraram um tamanho médio de um grupo de ratazanas no zoo de Baltimore de 10,3 (variando de 11 – 19), enquanto Leslie et al. (1952) encontrou um número médio de ratazanas habitando palha de milho na Inglaterra de 17. Calhoun (1963) deixou uma população de ratazanas se desenvolver por mais de 27 mêses em uma área cerca de 930 m2.
Camundongos se comportaram semelhantemente, com um subgrupo ou deme consistindo de um macho e apenas uma fêmea dominantes além de subordinados e um número de jovens.
Há uma consanguinidade muito forte uma vez que quando uma fêmea atinge a maturidade sexual pode ser tomada como parceira e uma antiga parceira é expulsa do clã ou fica participando do grupo dos dominados.
A distância percorrida por ratos é variada, e este deslocamento é por causa de alimento ou abrigo. Encontraram-se ratazanas em áreas não cultivadas a mais de 10 km de habitações humanas.
Radiotransmissores presos em ratos e camundongo em fazendas inglesas tem mostrado que fazem jornadas noturnas de vários quilômetros, frequentemente distante da toca a uma fonte segura de alimento.
Populações de ratazanas são mais eficientemente controladas pelo uso de um grande número de pequenos pontos de iscagem, provavelmente porque este tipo de distribuição garante que um ou mais pontos de iscagem cairá dentro do território de cada clã.
Em sistemas polígeno, ele é geralmente assumido que a fecundidade da população é limitada pelo número de fêmeas, desde que cada macho possa cobrir muitas fêmeas.
A população aumentou de cinco pares a um máximo de 180 indivíduos que foram divididos em 11 discretas colônias com uma media de 10,6 ratos por colônia.
Camundongos se comportaram semelhantemente, com um subgrupo ou deme tipicamente consistindo de um macho dominante, duas ou cinco fêmeas mais de três machos subordinados e um número de jovens.
Ratazanas machos são organizados dentro de uma hierarquia de dominância, na qual a idade é o melhor prenúncio de alto status do que o peso do corpo, e a dominância em sociedades multi-machos, tal como nas capivaras afeta o sucesso do acasalamento.
O comportamento de dispersão de indivíduos é vital no estabelecimento de novas colônias e então reinvasão de locais sob controle ou novos locais. Por exemplo, o espaço para o qual o pátio de uma fazenda são repovoadas por imigrantes de uma população ocupando os campo tem sido muito debatidas para ratazanas.
Em contraste à população logística esta atua como um reservatório de imigrantes, explosões de pragas de camundongos parecem se mover de seu refúgio em massa e avançar para os habitas de recepção.
A distância de focos de roedores não garantem a proteção. Kozlov (1979) encontrou ratazanas em áreas não cultivadas a mais de 10 km de habitações humanas. Radiotransmissores em fazendas inglesas tem mostrado que ratazanas e camundongos de florestas fazem jornadas noturnas de vários quilômetros, frequentemente distante da toca a uma fonte segura de alimento.
Dinâmica Populacional e Demografia
O comportamento de dispersão de indivíduos é vital no estabelecimento de novas colônias onde pode ocorrer reinvasão de locais sob controle ou novos locais. São populações que habitam determinado local e por alguma razão se dispersam entrando em novos locais, estes novos locais são denominados habitats de recepção.
Esta dispersão normalmente ocorre quando a população fica muito elevada e a quantidade de alimento e/ou espaço não são suficientes para todos. Quando se estuda dinâmica populacional e demografia diz-se que “A taxa de crescimento populacional diminui conforme aumenta a densidade (fatores dependente da densidade)”.
Fatores dependentes da densidade são fatores que limitam o tamanho da população pois os efeitos se intensificam à medida que a população aumenta em densidade. A densidade populacional é um fator dependente das taxas de nascimento e morte, assim como da emigração e da imigração dos indivíduos da população.
O comportamento de dispersão de indivíduos é vital no estabelecimento de novas colônias ocasionando reinvasão de locais sob controle ou novos locais.
Esta dispersão normalmente ocorre quando a população fica muito elevada e a quantidade de alimento e o espaço não são suficientes para todos.
Os chamados fatores dependentes da densidade são aqueles que impedem o crescimento populacional excessivo, devido ao grande número de indivíduos existentes em uma dada população: as disputas por espaço, alimento, parceiro sexual, esconderijo, nidificação, acabam levando à emigração e ao aumento da taxa de mortalidade.
Este aumento da taxa de mortalidade está muito ligada ao uma maior briga entre eles a ao predatismo e parasitismo que são dois outros fatores dependentes da densidade, na medida em que os predadores e parasitas encontram mais facilidade de se espalhar entre os indivíduos de uma população numerosa e o encontro de presas.
Entretanto isto não acontece linearmente, ou seja, em toda e qualquer situação. Existe uma série de outras variáveis que interferem neste conceito que depende da população considerada.
Estes fatores atuam mais fortemente nas populações com baixa vagilidade e valência ecológica e consequente dificuldade em conseguir alimento e espaço, presença de predadores, dificuldade de esconderijo, isolamento geográfico, etc. Quando uma população cresce em tamanho, pode esgotar as reservas de alimentos, aumentando a competição entre os membros mais antigos da população e provocando uma alta taxa de mortalidade.
Os Fatores dependentes da densidade podem agir sobre a taxa de crescimento de diferentes maneiras, por exemplo pode-se dizer que a taxa de crescimento pode diminuir quando a densidade aumenta ocasionando o chamado equilíbrio homeostático em função da relação presa-predador. O que não é um fato comum em ratos e camundongos pela falta de predadores no sistema antropormófico. Em função disto sua população cresce num exponencial.
Este caso parece muito geral e permite explicar a relativa estabilidade das populações animais. Christian (1961) mostrou que quando o número de ratos aumenta excessivamente nas gaiolas de criação onde o alimento é dado à vontade, os filhotes morrem nas vias genitais da mãe.
A reprodução normal só recomeçará, neste caso, quando o número de ratos tiver voltado a um valor que depende do espaço e não da quantidade de alimento.
Strecker e Emlem (1953) descreveram, igualmente no rato, um fenômeno de involução dos órgãos genitais da fêmea em indivíduos que vivem nas gaiolas superpovoadas.
Existe uma teoria chamada de efeito bumerangue que infelizmente se tornou, para muitos, um fato real. Infelizmente não é bem assim e por isto vale à pena uma explicação baseada em fatos científicos. Esta é uma teoria utópica, termo criado por Thomas Moore, e que significa lugar que não existe.
Segundo Moore a utopia é uma espécie de jogo entre um real que se rejeita e um ideal que se espera e se deseja. Ou seja, o autor deste conceito de efeito bumerangue criou uma ideia fictícia baseada em fatos reais mas distorcido propositalmente para criar uma ideia imaginária. Ele rejeitou conceitos exatos para criar algo que ele gostaria que fosse.
Esta teoria se baseia no seguinte: Porque o número de ratos aumentava numa área onde era praticada a desratização e de onde os técnicos asseguravam ter recolhido inúmeros cadáveres de ratos?
A explicação dada pelo autor do efeito bumerangue é:
O número de exemplares de uma colônia parece ser determinado, principalmente, em função do alimento disponível em seu território; quanto mais alimento disponível maior o número de roedores.
Ex. Em determinado local existe comida para apenas 10 ratos adultos. Atingido este número uma série de mecanismos biológicos aparecem, impedindo o aparecimento de um 110 rato: canibalismo; recém-nascidos são abandonados pela mãe e comidos pelos adultos; as fêmeas aumentam o espaço entre cios ou os suprimem; parem ninhadas reduzidas e os canibalizam.
Somente se ocorrer a morte de um dos 10 ratos adultos dessa colônia é que a vaga é preenchida por algum filhote mais vigoroso, aparelhado fisicamente para atingir a idade adulta. Assim, a colônia se auto regula.
Suponhamos que se faça uma desratização incorreta, e se consiga matar apenas 4 dos 10 ratos. Uma desratização é tecnicamente boa quando atinge no mínimo 80% de controle.
A partir deste instante passa a sobrar alimento cessando os efeitos da auto regulação, para recompor o número anterior de exemplares.
Como resultado nascem 20 filhotes de diferentes fêmeas. Estes irão se alimentar daquele alimento que sobrou dos 4 que morreram. Em determinado momento este alimento não é mais suficiente para alimentar estes 20 que estão crescendo. Inicia-se um processo de competição entre eles que disputam as quatro vagas.
Vencem aqueles mais fortes recompondo o número limite dessa colônia: 10 exemplares (os 6 sobreviventes mais os 4 filhotes mais fortes). Este grupo volta-se contra os 16 outros se não houver comida para todos.
Estes fogem habitando novas áreas onde estabelecem novas colônias, cada qual regulada da mesma forma.
É correto afirmar que quanto mais comida mais ratos estarão neste local. Mas é um fato natural pois há grande imigração pela grande oferta de alimentos. Se faltar comida eles vão procurar em outros locais acarretando emigração intensa.
Entretanto é impossível se saber se foi obtido 80% de controle. Logo, esta premissa por si só invalida o conceito.
O restante não acontece bem assim.
Se tem observado profundos efeitos fisiológicos nas populações de ratos em altas densidades. Christian (1950) concluiu que a função do sistema adreno-pituitário hormonal ficava perturbado nos ratos submetidos a tensão severa devido à superpopulação e levantou a hipótese de que existia um mecanismo de retroalimentação negativa em operação pelo meio do qual diminuía a taxa de nascimento e aumentava a taxa de mortalidade.
Como resultado dos estudos realizados em colônias de ratos que se encontravam em expansão, mantidas em confinamento, se sabe que as populações mantidas nestas condições tendem a se autoregular, entretanto não há evidência de que as populações naturais de ratos se regulem da mesma maneira (Southwick, 1955; Crowcroft & Rowe, 1963; Christian, 1956; Calhoun, 1962).
Por exemplo, não se encontrou que a reprodução resultasse seriamente inibida nas populações densas de ratos que habitavam os depósitos de milho na Inglaterra (Southwick, 1958; Rowe e col., 1964).
Ainda que nos estudos de populações confinadas se evite a dispersão, é muito provável que ela seja o resultado lógico quando se aumentam as populações naturais e ocorra marcada competição (Brown, 1960).
O fisiologista John Emlen da Universidade de Wiscousin provou isto ao deixar casais de ratos em um ambiente com alimento para todos mas que não aumentou conforme aumentava a população. Neste momento a fêmea passou a não aceitar mais o macho, houve reabsorção fetal e canibalismo dos recém nascidos.
Posteriormente reiniciou o mesmo experimento nas mesmas condições com a única diferença a de ter aberto um buraco para o exterior na área de confinamento. Quando a população atingiu a densidade não compatível com a oferta de alimentos oferecidos o comportamento mudou em relação ao experimento anterior.
Nesta nova situação a população excedente saiu pelo buraco emigrando para outros locais em busca de comida. O que se mostra que este mecanismo de auto-regulação não ocorre nos ambientes naturais, pois existe toda uma possibilidade de buscar alimentos em outros locais.
Bom dia , me chamo Ederson trabalho muito bom trabalho na área a 10 anos e tendo a oportunidade de aprofundar ainda mais no tema.
Ainda mais por esse prisma, tenho muito interesse em obter cada vez mais conhecido em teorias e estudos concretos.