O modelo de negócio que conhecíamos há 20 anos das empresas que atuavam em controle de pragas / saúde ambiental está mudando gradativamente. Ingênuo é quem pensa que não. O motivo para que isso esteja acontecendo é porque o cliente também está mudando. O motivo para que o cliente esteja mudando é porque as informações e tecnologias estão mais acessíveis e consequentemente o mercado muda, com leis mais rigorosas para regulamentar o segmento de controle de pragas, assim como o direito do consumidor nunca esteve tão transparente.
E por sua vez, as empresas de controle de pragas estão de olho nos grandes contratos corporativos, pois esses garantem uma receita fixa e possibilitam maior margem de lucro. Porem são esses clientes os mais exigentes, pois sabem da responsabilidade que tem junto ao consumidor final. Assim sendo buscam a garantia dos fornecedores terceirizados em seus serviços evitando possíveis impactos negativos de contaminação em seu processo de produção. O que comprometeria todo o investimento em infraestrutura e treinamento realizado.
É por esse motivo que as grandes empresas ou empresas certificadas, buscam contratar prestadores de serviços para o Controle Integrado De Pragas que tenha certificação na norma de qualidade ISO9001 outro fator de decisão no fechamento de contratos corporativos é que a empresa (fornecedora) possua uma rede de unidades para atender em todas as regiões onde ele tenha operação.
Voltando ao início deste nosso artigo, podemos ver que realmente o setor de pragas está mudando e rápido. Onde cresce o número de empresas certificadas na norma ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade e empresas que passam a ser FRANQUIA, no objetivo de agilizar a expansão de sua rede (unidades) nas principais cidades do Brasil.
Essas duas práticas (certificação ISO9001 / abertura de franquias) é facilmente justificada pois ambas levam a PADRONIZAÇÃO de processo e métodos de trabalho.
Essa é uma palavra mágica quando falamos em diferencial competitivo em um mercado que cresce a cada ano. A grande diferença é que 90% buscam abrir uma empresa da mesma forma que eram abertas a 20 anos atrás. Estes estão fadados ao fracasso, engolidos pela concorrência das grandes redes de controle de pragas e empresas certificadas na norma ISO9001 e ainda pela falta de conhecimentos básicos de gestão administrativa, financeiro, custo, recursos humanos e as vezes até operacional.
Pois é, a padronização é exatamente a receita de bolo que um investidor que deseja abrir uma empresa de controle de pragas, recebe ao adquirir uma franquia, pois essa já vem todas pronta com seus processos mapeados e com todas documentação necessária para gestão da empresa. Onde podemos relacionar no processo de padronização os seguintes documentos: IT – Instruções de Trabalhos, POP – Procedimentos Operacional Padrão, FORM – Formulários todos fazem parte da coletânea de documentos que compõem o MANUAL ORGANIZACIONAL / QUALIDADE.
Antes de qualquer outra coisa, devemos lembrar que franquia é sinônimo de padronização e alinhamento. No entanto, essa sintonia necessária para o bom funcionamento do negócio não restringe apenas aos produtos e serviços oferecidos diretamente ao cliente. Todas as informações a respeito da gerência e da gestão da unidade são importantes.
Para fazer com este know-how chegue até a unidade, o franqueador conta com diversos canais de comunicação. Um dos os mais conhecidos e difundidos é o manual organizacional do franqueado / qualidade. O manual serve como guia para a rede de franquia e precisa estar presente no cotidiano da empresa. Ele deve contar com todas as informações que o franqueado precisa para tocar o negócio de maneira independente, mas sem ferir o padrão da marca.
O Franchising é caracterizado pela transferência do know-how da franqueadora na condução do negócio para o franqueado que vai operar a unidade.
A formalização dessa transmissão de conhecimento acontece por meio da padronização que podemos evidenciar no manual e seus documentos complementares. Documentos estes que são entregues na assinatura do contrato e devem estar “vivos”, ou seja, atualizados e com o passo a passo para a condução do negócio.
O manual / documentos complementares da franquia são os que documentam o modelo de negócios que será replicado pelo franqueado. Ele formaliza a relação de franquia e, se bem estruturado, não vai permitir que o franqueado tenha surpresas que não saiba lidar na operação.
No processo de padronização de uma franquia de controle de pragas, devemos ter alguns cuidados para evitar que seus documentos não cumpram suas propostas e não fiquem escanteados pelos franqueados, é importante que seja seguido alguns passos no momento de sua elaboração. Portanto, lembre-se de que um bom manual ou documentos complementares para sua organização deve ser:
Objetivo: Quanto mais simples e didático for, mais fácil será a sua assimilação por parte do franqueado. Portanto, utilizamos uma linguagem objetiva e direta, evitando ser prolixos.
Completo: Tenha em mente que alguns procedimentos que você considera naturais podem ser desconhecidos dos seus colaboradores ou futuro franqueado. Por isso, não deixe de documentar nenhum processo básico. Isso também é importante para que nenhuma informação se perca com o tempo.
Claro: O manual deve informar sobre todas as responsabilidades dos operadores, além dos seus limites de atuação. Portanto, deixe claro até que ponto seu colaborador ou franqueado pode inovar na gestão da unidade.
Atual: Para que não se tornem obsoletos e caiam em desuso, o manual e os documentos complementares devem ser permanentemente atualizados. Na hora de renová-lo, é recomendado que o colaborador ou franqueador leve em consideração o feedback dos operadores de rede.
Acessível: De nada adianta ter um ótimo material se, no dia a dia, eles acabam ficando distantes dos colaboradores ou franqueados. Para facilitar este processo ele deverá ser de fácil acesso a toda rede ficando sempre acessível.
Finalizando gostaria de reforçar que o processo de padronização seja para uma empresa convencional ou para uma rede de franquias de uma forma geral contém a propriedade intelectual da organização e são cedidos aos colaboradores ou franqueados para uso durante a vigência do contrato de trabalho ou de franquia. Devendo traduzir a filosofia da empresa, seus valores, políticas e procedimentos da marca, práticas administrativas, de marketing, de gestão das equipes. Enfim, de como replicar eficazmente o modelo de negócios internamento ou para sua rede de franquias.
Sandro José Rocha Holanda
Diretor Índice Consultores Associados
Administrador de empresas
Especialista em Gestão pela Qualidade
Auditor Líder Internacional em SGQ