Ano novo, férias, as pessoas viajando e aproveitando o verão, sol, altas temperaturas e também, altos índices de chuva, recipientes jogados nos terrenos, nos córregos, nos quintais, são condições ideais para a proliferação e aumento da infestação por Aedes aegypti. Este é o período quando as doenças transmitidas por este vetor, dengue, Chikungunya e Zika, se disseminam com maiores incidências nos municípios. Pessoas infectadas com estes vírus, alta densidade do mosquito e grande oferta de recipientes que acumulam água e viram criadouros, são fatores importantes para a instalações de epidemias por essas doenças pelo país.
Quantos casos de dengue foram registrados no Brasil em 2022?
Segundo o Boletim Epidemiológico nº 44, da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, do Ministério da Saúde- MS, em 2022, até a Semana Epidemiológica – SE nº 47, ocorreram 1.390.673 casos prováveis de dengue no Brasil, e quando comparamos com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 175,1%. A Região Centro-Oeste é a que apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 1.977,0 casos/100 mil hab., seguida das Regiões: Sul (1.041,2 casos/100 mil hab.), Sudeste (508,7 casos/100 mil hab.), Nordeste (417,7 casos/100 mil).
Quantos óbitos foram confirmados de dengue e quais os estados com maiores mortes?
Foram confirmados 975 óbitos por dengue, sendo os Estados que apresentaram o maior número de óbitos foram: São Paulo (275), Goiás (151), Paraná (108), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66). Os sorotipos identificados de DENV foram em nº de 21.350 (84,2%) DENV1 e 4.018 (15,8%) DENV2, com esta circulação simultânea de mais de um sorotipo, os riscos para haver casos de coinfecção e com agravamento aumentam.
E a Chicungunya, quantos casos foram registrados no Brasil? E qual o aumento em 2022 em comparação ao ano de 2021?
Já a Chikungunya, foram registrados até a SE nº 47, 170.199 casos prováveis de Chikungunya, que quando comparado com o ano de 2021, ocorreu um aumento de 80,4%. A Região Nordeste apresentou a maior incidência (256,2 casos/100 mil hab.), seguida das Regiões Centro-Oeste (36,1 casos/100 mil hab.) e Norte (26,0 casos/100 mil hab.). Foram confirmados 85 óbitos para Chikungunya no Brasil, sendo que o Ceará concentra 44,7% (38) desses óbitos. E finalmente, quanto a Zika, ocorreram 9.256 casos prováveis até a SE 46 de 2022, correspondendo a uma taxa de incidência de 4,3 casos por 100 mil habitantes no País, que também quando comparado com o ano de 2021, observa-se um aumento de 47,1% no número de casos. A Região Nordeste apresentou a maior incidência (13,6 casos/100 mil hab.), seguida das Regiões Norte (3,2 casos/100 mil hab.) e Centro- -Oeste (1,7 casos/100 mil hab.).
Quais ações são necessárias para a diminuição dos casos de dengue e Chikungunya no Brasil?
Por fim, verificamos que as doenças estão disseminadas pelo país como um todo e apresenta situação epidemiológica preocupante neste período, quanto a circulação simultânea destes vírus, o que leva a necessidade dos gestores das equipes municipais, de supervisores e agentes de campo, capacitarem e prepararem esses técnicos com cursos, treinamentos e materiais, para realizarem suas atividades vistoriando os imóveis de maneira adequada, orientando os moradores e eliminando os criadouros e focos no mosquito, minimizando os riscos de epidemia que já assola o país a anos.
Engº Agrº Dalton Fonseca Jr
Mestre em Ciências de Saúde Pública
Doutorando em Vigilância em Saúde Pública
Assessor Técnico de Coordenador de Saúde da CCD/SES-SP
Outras dicas do Pragas e Eventos para o combate à dengue e chikungunya
Para combater a dengue, precisamos atuar em seu principal foco, que é o combate ao vetor. Eliminar os locais que haja acúmulo de água parada, em que o Aedes Aegypti possa depositar os seus ovos é a nossa melhor prevenção. Ficar atento a qualquer local ou recipiente que possa acumular água, como por exemplo: caixa d’água, lixeiras, pote de água de animais, garrafas, pneus, calhas, piscinas e áreas ao redor, lonas, entre outros.
A higienização destes locais, mantê-los secos, cobrir e proteger da chuva o que for possível, colocar areia nos pratos das plantas, sempre ficar atentos e manter uma rotina de inspeção dos locais podem ajudar combater a proliferação do mosquito. Outros cuidados podem ser tomados: utilização de telas nas janelas, usar roupas compridas, mosquiteiros, repelentes.
Ao apresentar os sintomas, devemos buscar atendimento médico, pois a suspeita do caso deve ser notificada e outras pessoas da família e vizinhos devem ficar atentos aos sinais e sintomas.
Principais sintomas da Dengue
Normalmente a dengue inicia com febre alta e pode vir acompanhada de dores articulares e musculares, dor atrás do olho, dor de cabeça, manchas pelo corpo, fadiga, coceira, náuseas, vômitos, perda do apetite.
A doença pode durar de cinco a sete dias, mas os sintomas podem perdurar por várias semanas.
Devemos ficar atentos aos sinais de alarme, pois a dengue pode evoluir para uma forma grave, com agravamento dos sintomas já citados com complicações hemorrágicas e comprometimento grave dos órgãos.