Muito provável que em 2025 tenhamos aumento expressivo de casos de dengue, Zika, Chikungunya e outras enfermidades, seja por falhas na gestão do Programa de Controle.
Na primeira semana da gestão, já se deve colocar as equipes nas ruas para realizar um levantamento real da infestação de mosquitos no município, evitando que os novos gestores sejam responsabilizados por falhas na condução do Programa de Combate às Endemias. Os dados recebidos podem estar subestimados, e a infestação pode ser muito maior do que a divulgada.
Com esse levantamento imediato e real, será possível justificar que a situação descontrolada foi herdada do antecessor e agir de forma emergencial para corrigir o problema, evitando ser responsabilizado por uma possível epidemia.
A escolha do novo coordenador de combate às endemias é crucial. Esse profissional deve ser altamente capacitado para organizar e gerenciar o programa de combate à dengue. Muitos erram ao fazer escolhas políticas, mas elas devem ser técnicas. Isso vale tanto para a coordenação e supervisão quanto para os agentes de combate às endemias (ACEs) e os agentes comunitários de saúde (ACFs), que também precisam atuar de forma conjunta, com esforços integrados.
Embora pareçam complexas, as ações essenciais consistem em visitas diárias de inspeção pelos agentes. São essas visitas domiciliares que geram as demandas de controle do vetor. A partir da avaliação dos imóveis, são desencadeadas as ações de tratamento ou eliminação de focos. No entanto, um dos grandes entraves é o conhecimento técnico insuficiente dos responsáveis para operacionalizar as ações de acordo com as necessidades do município.
Em muitos casos, os agentes são contratados sem formação específica, e cabe ao gestor a responsabilidade de capacitá-los. Isso, frequentemente, acontece de maneira informal, com agentes mais experientes orientando os novatos conforme seus próprios métodos. Não são raros os casos em que as visitas servem apenas para preencher relatórios, sem efetividade prática.
A chave para o sucesso está na capacitação das equipes, na conscientização da população e em ações rápidas e eficazes. A comunicação direta entre todos os atores envolvidos na prevenção é indispensável.
Disponibilizar UPAs e hospitais para atendimento apenas após falhar na prevenção é muito mais caro e evidencia a incompetência e o mau uso de recursos públicos. A prevenção é mais barata e eficaz, além de evitar epidemias e salvar vidas.
Os novos prefeitos e secretários podem ser responsabilizados por não realizarem adequadamente o controle das endemias, assim como os vereadores podem ser culpados por omissão ou conivência diante de epidemias e mortes. Este alerta busca evitar que os herdeiros do caos na saúde sejam penalizados indevidamente.