Alerta Nacional: Brasil Supera Marca de 1 Milhão de Casos de Dengue em 2025

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Femea do Aedes aegypti - Pragas e Eventos
Fêmea do Aedes aegypti é responsável pela transmissão da febre amarela, dengue, chikungunya e zika vírus — Foto: CDC/ Prof. Frank Hadley Collins, Dir., Cntr. for Global Health and Infectious Diseases, Univ. of Notre Dame

O Brasil atingiu um novo marco preocupante na saúde pública em 2025. Segundo dados recentes do Painel de Monitoramento das Arboviroses, o país registrou 1.010.833 casos prováveis de dengue desde o início do ano. O cenário, embora alarmante, apresenta números significativamente menores quando comparados ao mesmo período de 2024, quando o Brasil enfrentou a pior epidemia de dengue de sua história.

Além dos casos confirmados, as autoridades de saúde contabilizam 668 óbitos confirmados pela doença e outros 724 ainda em investigação. O coeficiente atual de incidência é de 475,5 casos para cada 100 mil habitantes, representando uma redução expressiva em relação ao ano anterior, quando o índice chegou a 1.881 casos por 100 mil pessoas.

Perfil dos casos e distribuição geográfica

A análise demográfica revela que a faixa etária mais afetada está entre 20 e 29 anos, seguida pelos grupos de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos. As mulheres representam 55% dos casos registrados, enquanto os homens correspondem a 45%. Quanto à distribuição étnica, pessoas brancas (50,4%), pardas (31,1%) e pretas (4,8%) constituem a maioria dos casos notificados.

São Paulo lidera o ranking nacional em números absolutos, com 585.902 casos registrados, seguido por Minas Gerais (109.685), Paraná (80.285) e Goiás (46.980). O estado paulista também apresenta o maior coeficiente de incidência do país, com 1.274 casos para cada 100 mil habitantes. Na sequência aparecem Acre (888), Paraná (679) e Goiás (639).

“A hidratação, no caso da dengue, é a diferença entre a vida e a morte”, ressaltou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, destacando a importância dos centros de hidratação que serão implementados.

Plano emergencial para 80 municípios prioritários

Em resposta ao avanço da doença, o Ministério da Saúde anunciou nesta semana uma lista de 80 municípios classificados como prioritários para ações de controle da dengue. Desses, 16 municípios que ainda não haviam sido incluídos na estratégia de vacinação contra a doença passarão a receber as doses.

O estado de São Paulo concentra 55 municípios que integram a lista, seguido pelo Paraná, com 14 municípios, pela Bahia e pelo Pará, com três municípios cada, por Goiás e pelo Acre, com dois municípios cada, e pelo Rio Grande do Norte, com um município. Segundo estimativas do ministério, cerca de 68 milhões de pessoas vivem nessas 80 localidades, que foram selecionadas por registrarem alta transmissão de casos de dengue – mais de 50 casos por 100 mil habitantes – ou casos da doença em ascensão.

Todos os municípios da lista registram uma população de mais de 80 mil habitantes, o que, segundo as autoridades, representa maior possibilidade de sobrecarga assistencial em caso de surtos de dengue.

Centros de hidratação e reorganização da rede assistencial

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, a proposta principal é reduzir os casos graves e os óbitos por dengue. Para isso, o plano prevê mobilizar a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para reorganizar a rede assistencial dos municípios selecionados.

O ministério está preparado para ofertar até 150 centros de hidratação com até 100 leitos cada nos municípios que integram a lista. O investimento previsto é de até R$ 300 milhões. “A hidratação, no caso da dengue, é a diferença entre a vida e a morte”, ressaltou a secretária.

Comparativo com a epidemia de 2024

Embora os números de 2025 sejam preocupantes, eles representam uma melhora significativa em relação ao ano anterior. No mesmo período de 2024, o Brasil havia registrado 4.013.746 casos prováveis e 3.809 mortes confirmadas pela doença, além de 232 óbitos em investigação. O coeficiente de incidência era quase quatro vezes maior que o atual.

Especialistas atribuem essa redução a diversos fatores, incluindo as campanhas de prevenção intensificadas após a crise de 2024, a ampliação da vacinação em grupos prioritários e as condições climáticas menos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em algumas regiões do país.

Apesar da melhora relativa, as autoridades de saúde reforçam que a população deve manter as medidas preventivas, como eliminar possíveis criadouros do mosquito, usar repelentes e procurar atendimento médico aos primeiros sintomas da doença.

Fonte: Adaptado da Agência Brasil – Brasil ultrapassa 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2025 e Saúde anuncia 80 municípios prioritários para ações contra dengue.

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