Alerta em Roma: Invasão de Pombos Ameaça Patrimônio Histórico e Saúde Pública

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Pombos nos telhados da cidade - Pragas e Eventos
Foto: Por dedar/rgbstock

Especialistas alertam para os riscos do guano corrosivo e oferecem soluções para proteger varandas e telhados na Cidade Eterna

A cidade de Roma, conhecida mundialmente por seu patrimônio histórico e beleza arquitetônica, enfrenta um desafio crescente que ameaça tanto seus monumentos quanto a saúde de seus habitantes: a proliferação descontrolada de pombos. O problema, que se intensificou nos últimos anos, tem gerado preocupação entre autoridades sanitárias e especialistas em preservação patrimonial.

Estas aves, que encontram abrigo em praticamente todos os cantos da cidade – desde embaixo de painéis fotovoltaicos até sótãos e saliências de edifícios históricos – representam um risco que vai muito além do incômodo estético ou da sujeira aparente. O guano (fezes) dos pombos contém substâncias altamente corrosivas e patógenos perigosos, transformando o que parece ser apenas um problema de limpeza urbana em uma verdadeira questão de saúde pública e preservação patrimonial.

Riscos à saúde pública e ao patrimônio

De acordo com Simona de Zucchet, especialista em desinfestação e controle de pássaros da empresa ZCT, muitas pessoas subestimam a gravidade do problema. “Os pombos podem ser uma ameaça real à saúde pública. Seu guano é um habitat ideal para ácaros e carrapatos, que podem facilmente infestar residências e escritórios”, explica a especialista.

As fezes dos pombos podem conter patógenos responsáveis por doenças como salmonelose e criptococose, uma infecção fúngica que afeta principalmente os pulmões. Além disso, ao se acumularem nas superfícies, favorecem a proliferação de insetos e parasitas que podem causar problemas respiratórios e alergias.

“Muitos subestimam o problema, mas os pombos podem ser uma ameaça à saúde pública. O guano é um habitat ideal para ácaros e carrapatos, que podem facilmente infestar casas e escritórios. A intervenção oportuna é essencial para evitar riscos.”

Além dos problemas sanitários, o impacto no patrimônio histórico e nas edificações é igualmente preocupante. O guano dos pombos possui alta acidez, capaz de corroer pedras, metais e superfícies pintadas. Monumentos históricos, estátuas e fachadas de edifícios centenários sofrem degradação acelerada quando expostos continuamente a estas substâncias. Calhas e sistemas de drenagem também podem ser comprometidos por ninhos e materiais trazidos pelas aves, causando entupimentos e infiltrações.

Soluções para proteger varandas e telhados

Diante da crescente preocupação, especialistas em controle de pragas têm desenvolvido soluções eficazes e humanitárias para lidar com o problema. Entre as medidas recomendadas para proteger varandas, telhados e outras estruturas vulneráveis estão:

  • Sistemas de repelência física: Instalação de espículas, redes e fios tensionados que impedem o pouso das aves sem causar-lhes danos.
  • Repelentes visuais e sonoros: Dispositivos que emitem sons ou reflexos luminosos que afastam os pombos sem prejudicá-los.
  • Gel repelente: Aplicação de substâncias pegajosas em superfícies onde os pombos costumam pousar, tornando o local desconfortável para as aves.
  • Barreiras físicas: Fechamento de aberturas e vãos que possam servir como abrigo ou local de nidificação.
  • Manutenção preventiva: Limpeza regular de calhas e telhados para remover ninhos e materiais acumulados.

Especialistas como Simona de Zucchet enfatizam a importância de uma abordagem integrada, que combine diferentes métodos de acordo com as características específicas de cada local. “Não existe uma solução única que funcione em todos os casos. É necessário avaliar cada situação individualmente e desenvolver um plano personalizado”, afirma.

Legislação e responsabilidade compartilhada

Em Roma, assim como em outras cidades históricas, a questão do controle de pombos envolve uma complexa rede de responsabilidades compartilhadas entre autoridades municipais, proprietários de imóveis e a população em geral. A legislação italiana estabelece diretrizes para o controle humanitário destas aves, proibindo métodos que causem sofrimento ou morte.

As autoridades municipais têm implementado programas de conscientização para desencorajar a alimentação de pombos em espaços públicos, prática que contribui significativamente para o aumento da população destas aves. Paralelamente, incentivam proprietários de imóveis a adotar medidas preventivas e a realizar manutenções periódicas em suas edificações.

Abordagem sustentável e humanitária

Especialistas em controle de pragas urbanas, como os da Pragas e Eventos, defendem uma abordagem sustentável e humanitária para o problema. Segundo eles, o objetivo não deve ser a eliminação dos pombos, mas sim o controle populacional e a redução dos impactos negativos que causam.

Entre as estratégias recomendadas está o controle de natalidade através da substituição de ovos por réplicas artificiais, método que tem se mostrado eficaz em outras cidades europeias. Esta abordagem permite reduzir gradualmente a população de pombos sem causar desequilíbrios ecológicos ou sofrimento aos animais.

Para os moradores e visitantes de Roma, a recomendação é clara: evitar alimentar os pombos, manter áreas externas limpas e livres de resíduos alimentares, e adotar medidas preventivas em varandas e telhados. Pequenas ações individuais, quando somadas, podem contribuir significativamente para o controle do problema.

A preservação da beleza e do patrimônio histórico de Roma, assim como a saúde de seus habitantes, depende de um esforço conjunto e contínuo para lidar com este desafio urbano que, assim como a própria cidade, parece eterno, mas não impossível de ser gerenciado.

Fonte: Adaptado de Italiani.it – Emergência com pombos em Roma: riscos e soluções para proteger varandas e telhados e Pragas e Eventos – Pombos Urbanos: uma questão de controle inteligente.

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