Flagrante: Rato Circula Entre Pacientes no Principal Hospital de Urgências de Sergipe

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Rato circula por setor clinico do Hospital de Urgencias de Sergipe e gera revolta entre pacientes - Pragas e Eventos
Foto: Reprodução Internet

Vídeo mostra roedor transitando livremente pela ala azul do HUSE, gerando indignação e levantando questões sobre condições sanitárias da unidade de saúde

Um vídeo que mostra um rato circulando livremente entre macas e pacientes na ala azul do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE), em Aracaju, gerou indignação e preocupação entre a população sergipana. O flagrante, registrado na tarde de quarta-feira (23) por acompanhantes de pacientes, rapidamente viralizou nas redes sociais e reacendeu o debate sobre as condições sanitárias da principal unidade de urgência e emergência do estado.

Nas imagens, é possível ver claramente o roedor se deslocando pelo corredor do setor clínico, área responsável pelo atendimento de pacientes com diversas enfermidades. O animal passa próximo a leitos ocupados, equipamentos médicos e pertences de pacientes, provocando reações de espanto entre os presentes.

Reação das autoridades de saúde

Após a repercussão negativa do caso, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) emitiu um comunicado oficial afirmando que o hospital mantém uma rotina periódica de controle sanitário. Segundo a nota, a fase atual do cronograma de dedetização e desratização teve início em 7 de abril e tem validade até 7 de julho de 2025, abrangendo todos os setores da unidade hospitalar.

“A SES informa que o HUSE realiza periodicamente ações de dedetização e desratização. A fase atual do cronograma de controle de pragas foi iniciada no dia 7 de abril e tem validade até 7 de julho deste ano, abrangendo todos os setores da unidade hospitalar”, diz trecho da nota oficial.

A secretaria também classificou o episódio como um “caso isolado” e garantiu que uma apuração interna já foi iniciada para verificar o que pode ter favorecido o surgimento do animal em um ambiente que deveria seguir rigorosos protocolos de higiene e controle de pragas.

Preocupação com riscos à saúde

Entre pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde, o sentimento predominante foi o de insegurança quanto aos riscos sanitários que a presença de roedores representa em um ambiente hospitalar. Ratos são conhecidos vetores de diversas doenças, incluindo leptospirose, hantavirose e salmonelose, além de poderem contaminar superfícies, alimentos e equipamentos.

“É inadmissível que um hospital, que deveria ser exemplo de higiene, apresente esse tipo de falha. Isso coloca em risco todos que estão aqui”, comentou uma acompanhante que presenciou a cena.

Especialistas em controle de pragas alertam que a presença de roedores em ambientes hospitalares pode indicar falhas estruturais no edifício, como rachaduras e aberturas não vedadas, além de possíveis problemas no manejo de resíduos e na limpeza de áreas críticas.

Problema recorrente em hospitais brasileiros

O caso do HUSE não é isolado no cenário da saúde pública brasileira. Segundo levantamento do portal Pragas e Eventos, especializado em controle de pragas, incidentes semelhantes têm sido registrados em diversas unidades hospitalares pelo país.

Em fevereiro deste ano, o Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE) e o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindsaúde) denunciaram a presença de ratos e baratas na UTI do Hospital São Raimundo, no Ceará, durante uma inspeção que revelou condições sanitárias precárias.

Outros casos semelhantes foram documentados em hospitais de diferentes regiões, como o flagrante de um rato dentro do CTI de um hospital e o vídeo de um roedor “passeando” no maior hospital público de uma cidade, gerando revolta entre pacientes e funcionários.

Medidas preventivas e soluções

Para evitar a infestação de roedores em ambientes hospitalares, especialistas recomendam a implementação de um programa integrado de controle de pragas, que inclui inspeções regulares, vedação de aberturas, manejo adequado de resíduos e treinamento das equipes de limpeza e manutenção.

Um exemplo positivo é o do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), que intensificou seus esforços contra pragas e ratos através de uma parceria entre a Gerência de Hotelaria e empresas especializadas, conseguindo reduzir significativamente a incidência de pragas na unidade.

O episódio no HUSE reacende o debate sobre a necessidade de investimentos contínuos na infraestrutura e manutenção dos hospitais públicos brasileiros, especialmente em regiões que enfrentam dificuldades crônicas de financiamento na área da saúde.

A população aguarda agora medidas efetivas da direção do hospital e da Secretaria de Saúde para garantir que situações como esta não voltem a ocorrer, assegurando um ambiente seguro e salubre para pacientes e profissionais de saúde.

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