Após décadas de tentativas falhas, prefeitura de Londrina descarta uso de anticoncepcional para pombos devido a riscos ambientais
Há mais de duas décadas, a cidade de Londrina, no Paraná, enfrenta um desafio persistente: a proliferação de pombos, especialmente no Bosque Central Marechal Cândido Rondon. Apesar das diversas tentativas de controle por parte das gestões municipais, o problema persiste, gerando reclamações da população devido ao mau cheiro e aos riscos sanitários associados às fezes das aves.
Histórico de Medidas Ineficazes
Ao longo dos anos, várias abordagens foram testadas para conter a população de pombos em Londrina, mas com resultados limitados ou nulos. Entre as medidas já implementadas, destacam-se o uso de canhões de ar comprimido, que simulavam sons de disparo para espantar as aves, e repelentes magnéticos, que utilizavam campos eletromagnéticos com a mesma finalidade. Outras tentativas incluíram canhões de luz e repelentes biológicos, mas nenhuma delas se mostrou eficaz a longo prazo.
Anticoncepcional para Pombos: Proposta e Descarte
Mais recentemente, surgiu a proposta de utilizar anticoncepcionais específicos para pombos, uma prática já adotada com sucesso em algumas cidades ao redor do mundo. No entanto, a prefeitura de Londrina decidiu descartar essa alternativa. A Secretaria do Ambiente justificou a decisão com base em estudos que apontaram o risco de o método afetar outras espécies de aves, comprometendo o equilíbrio ecológico e gerando um impacto ambiental indesejado.
“Pensando no bem-estar animal e no bem-estar social, optamos por não seguir com o uso de anticoncepcionais. Há risco de afetar espécies que não necessitam de controle populacional, o que agravaria o desequilíbrio ambiental”, afirmou a Secretaria.
O Controle da Alimentação como Solução
Diante da ineficácia das medidas anteriores e do descarte do anticoncepcional, especialistas apontam que o controle da alimentação disponível para os pombos é um dos pilares mais importantes para a redução da presença dessas aves em áreas urbanas. A educação da população e a fiscalização para evitar que as pessoas alimentem os pombos são cruciais para diminuir a atratividade desses locais para as aves.
A persistência do problema dos pombos em Londrina ressalta a complexidade do manejo de pragas urbanas e a necessidade de abordagens integradas e sustentáveis. O controle da alimentação, aliado a outras estratégias de manejo populacional que não comprometam a biodiversidade, pode ser o caminho para uma convivência mais equilibrada entre humanos e aves na cidade.