A vacina é da nação Brasileira e os cuidados também

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DenilsonVacina - Pragas e Eventos

Denilson Lehn
16 de Junho de 2021

Ontem fui vacinado e fiquei pensativo sobre a importância das vacinas, relembrei quantas vezes já fui vacinado, quantas vezes levei meus filhos e sempre confiando em nosso programa de vacinação. Todos nós precisamos lembrar que as vacinas são da Nação Brasileira e não de políticos. O Programa Nacional de Imunizações iniciou a 48 anos, e portando, não é nenhuma novidade. Já estão denominadas as ações e nisso o Brasil é referência mundial em imunização, todos os municípios brasileiros tem cobertura vacinal com ampla experiência, muito mais que suficiente e eficiente métodos de implementação e execução.

O PNI teve início em 1973 pelo Ministério da Saúde para gerenciar e ter controle das imunizações que até então não tinham critérios sólidos, e sem continuidade e pequena cobertura no enfrentamento de tantos problemas em um pais continental. O planejamento e direção centralizados propostos no PNI ajudaram a reorganização da rede de vacinação para que todos os brasileiros tivessem acesso e assim poder controlar e prevenir doenças de grande poder de infecção.

A experiência acumulada é mais que suficiente para acelerar uma campanha robusta de vacinação para combater o Covid-19, que infelizmente está politizada, cabe lembrar que a vacina não é de um Governador e nem mesmo do Presidente da República, ou de qualquer servidor público, e sim uma obrigação dos gestores à sua implementação em benefício de nosso povo, e para isso foram eleitos.

Vacinas não se encontram em prateleira de supermercado, sua criação exigem profunda pesquisa, amplo desenvolvimento tecnológico, teste dos mais variados para somente após comprovada sua eficácia e segurança entrarem em uso, após é claro serem encaminhadas para o registro nos órgãos de controle, somente após a aprovação serem comercializadas.

A emergência pede urgência, mas em hipótese alguma podemos substituir a prudência dos gestores, por maior que seja o lobby dos fabricantes, em acelerar o processo de aprovação e registro.

Vamos analisar com frieza e sem paixões o que precisamos para uma campanha de vacinação rápida, eficaz e segura.

Primeiramente a vacina deve ser aprovada, parece simples, mais não é. Após isso teremos que receber estas vacinas para elaborar a programação e a entrega efetiva, o que não vem ocorrendo, e o tema está tão politizado oportunistas de plantão ficam a todo momento querendo o cronograma de vacinação, cronograma que só pode ser elaborado após o recebimento da vacina, temos visto diariamente tais atitudes.

O Brasil é um dos países que mais vacinou, isso é fato, e se houvesse disponibilidade para compra com certeza teríamos mais pessoas vacinadas. Para alguns parece que tudo está sendo feito de forma errada, só veem defeitos, canais de TV abrem suas programações mostrando o números de óbitos e não mostram solução, os desvios de dinheiro público para a saúde ficam em segundo plano, e gente morrendo sim por causa destes desvios.

As especulações são de todo tipo, por que não comprou antes? porque não liberou outras vacinas? e por ai vai, a quem interessa atropelar a segurança?

Quem conhece de compras públicas, entende que não se pode comprar nada sem satisfazer os requisitos técnicos e registros básicos da contratação, não é um território sem lei.

Mesmo que haja duvida sobre as vacinas, no momento parece ser a melhor alternativa, e se tiver efeitos colaterais, saberemos no futuro, o risco hoje de não ser vacinado também é grande, já que o distanciamento social e outras ações não resolvem sozinhas. Muita irresponsabilidade rodeia o ambiente em torno da vacinação, por mais que se fiscalize sempre existe alguém se achando imortal, e pensando “comigo nada vai acontecer“, mas pode ir contaminado pra casa e ser responsável pela morte de alguém da família, pense ai.

Aqui em CASCAVEL/PR a estrutura da prefeitura está voltada para evitar festas clandestinas e aglomerações, funcionários comprometidos e muitos exaustos pelo intenso trabalho, UTIs lotadas e alguns acéfalos continuam a desafiar o bom senso. As vezes criticamos achando que pouco vem sendo feito, porém quando conversamos com os fiscais e técnicos envolvidos nos assustamos com a quantidade de eventos sem o mínimo de responsabilidade e esbanjando falta de civilidade.

Cada um precisa de se cuidar e proteger os seus semelhantes, seja com um comportamento responsável, seja se vacinando para ajudar que a imunidade aumente para ajudar seus semelhantes, a luta não será resolvida apenas com vacina, mas este é um passo importante.

Tendo qualquer sintoma procure ajuda, ouça o seu médico e faça o que ele te orientar, ele que te conhece e te examinará com cuidado, não será o jornalista ou “especialista” de plantão que irá te salvar, e sim você, com atitudes seguras e com o auxílio do seu médico, confie nele.

O sucesso do PNI que é modelo em todo o mundo, sempre foi resultado da dedicação dos profissionais da saúde, não dos políticos. Os profissionais de todos os estados e municípios que não medem esforços para o bem estar da população, ali se esquecem da política e arregaçam as mangas e vão pro trabalho, sem cor partidária, com objetivo claro a Saúde, seja médico, enfermeiro, motorista, auxiliar administrativo, que vão de carro, a cavalo, de barco, sempre dão um jeito de alcançar a população.

O melhor ainda continua sendo se proteger, usar mascara, higienizar sempre as mãos, ter seus ambientes sanitizados, evitar encontros que podem ser reprogramados, e agilidade na busca de atendimento, caso tenha alguma suspeita de infecção.

PNI: Uma vitória do Brasil

Em 1904 iniciou a primeira campanha de vacinação em massa feita no Brasil. Idealizada por ninguém menos do que Oswaldo Cruz, o fundador da saúde pública no País tinha por objetivo controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do Rio de Janeiro. Cem anos após a introdução da vacina, esse nos parece um objetivo exequível.

No entanto, a iniciativa de Oswaldo Cruz resultou em fracasso e em grave conflito: os protestos contra a vacinação obrigatória foram num crescendo até eclodirem na chamada Revolta da Vacina, que transformou as ruas da então capital federal em verdadeiro campo de batalha, com barricadas que lembravam a Comuna de Paris, ocorrida alguns anos antes.

O conflito deixou mortos e feridos; a obrigatoriedade da vacinação foi revogada. Seguiu-se uma epidemia da doença, que resultou em milhares de vítimas. Esse episódio ilustra um dos problemas enfrentados por aqueles que se preocupam em levar a vacina, clássico instrumento da saúde pública, à população. Outros existem: a falta de recursos, a dificuldade logística. Obstáculos que no Brasil, traumatizado pela lembrança da Revolta da Vacina, pareciam insuperáveis.

do Livro 30 Anos de PNI de Moacyr Scliar

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