A intensificação das ações da equipe do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), voltadas ao controle da raiva em Mato Grosso do Sul garantiu significativa redução nos casos da doença. Em 2016 foram realizadas mais de 1700 visitas a propriedades localizadas em regiões de risco.
Com foco em análise do risco da raiva, as ações de captura para controle da doença, realizadas pela equipe do Programa com Agentes Fiscais Agropecuários (AFA), Fiscais Estaduais Agropecuários (FEA) e Agentes de Serviços Agropecuários (ASA), tem garantido significativa redução dos índices da doença no Estado na última década, por meio de visitas em propriedades de maior risco, vistoria de abrigos e captura destes morcegos além de palestras educativas para produtores rurais.
Segundo o coordenador do programa e médico veterinário, Fabio Shiroma de Araujo, as transformações pelas quais a agropecuária passou nos últimos dez anos, com a redução significativa no rebanho bovino e implantação de novas culturas, fez com que regiões, até então sem notificações da doença, passassem a figurar como relevantes áreas quanto à ocorrência desta enfermidade. “Diante disso, a Iagro buscou intensificar as ações de controle do transmissor, e o resultado foi a redução significativa nos casos da doença no Estado”, comentou.
Mato Grosso do Sul chegou a verificar em 2002, a ocorrência de 89 focos de raiva. Já em 2015 e 2016 verificou-se uma redução de 59% em relação aos anos de 2007 a 2014 o que fez com que a equipe pudesse focar seus esforços com maior intensidade nas ações preventivas, como mostra o Gráfico 1. “Intensificamos a vigilância em regiões de risco e podemos monitorar maior quantidade de abrigos, controlando assim a população do morcego hematófago antes da ocorrência da doença”, observou o coordenador.
O relevo favorável ao habitat dos morcegos (Serra de Maracaju, da Bodoquena e do Amolar) associado à grande oferta de alimento proporcionaram os vários casos da doença no passado.
Observa-se ainda que a quantidade de animais que vieram a óbito nas propriedades atingidas pela doença reduziu significativamente e por consequência menor prejuízo ao produtor. Resultado esse das atividades relacionadas ao controle da doença realizado pela agência de defesa. As vistorias aos abrigos e capturas de curral tem aumentado ano a ano.
A vigilância em propriedades rurais localizadas em regiões propícias à ocorrência da raiva orientando acerca da ocorrência da doença e formas de prevenção, assim como atendimento a animais com sintomatologia nervosa; palestras a produtores rurais com enfoque na ocorrência da doença e prevenção também fazem parte do escopo de trabalho da equipe do programa estadual de controle e erradicação da raiva dos herbívoros.
Shiroma enfatiza por ser uma doença que acomete os mamíferos, inclusive o homem, é importante que na ocorrência de qualquer animal que venha a apresentar sinais nervosos como afastamento do rebanho, andar cambaleante, salivação, deitar e vir a óbito de 3 a 7 dias, o Iagro seja avisado imediatamente. “O produtor ou responsável não deve tentar manuseá-lo e a comunicação ao escritório da Iagro mais próximo de sua propriedade deve ser feito com urgência. Os servidores possuem treinamento, equipamentos e o mais importante estão vacinados e protegidos contra a raiva”.
O médico veterinário esclarece ainda que também devem ser comunicados a Agência a ocorrência de espoliações nos animais, possíveis abrigos em sua propriedade ou região, e mantidas em dia a vacinação nos animais.