Alagoas Registra 16 Mortes por Envenenamento em 2024

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Veneno pra rato Chumbinho - Pragas e Eventos
O veneno conhecido como chumbinho foi banido pela Anvisa em outubro de 2012 Foto: Reprodução A Crítica

Uso clandestino de veneno agrícola “chumbinho” preocupa autoridades de saúde e segurança no estado

Em Alagoas, o uso do veneno conhecido como “chumbinho” tem ganhado destaque como uma prática criminosa preocupante. Esse veneno, originalmente destinado ao controle de pragas agrícolas, está proibido no Brasil desde 2012 pela Anvisa, mas continua a circular ilegalmente. Este ano, segundo a Polícia Científica, já foram registradas 16 mortes por envenenamento, das quais três ocorreram por pesticidas, alarmando especialistas e autoridades.

Cresce o Número de Mortes por Envenenamento

Entre os casos mais chocantes está a morte da professora Joice dos Santos Cirino, que foi envenenada após comer uma coxinha oferecida pelo próprio marido. Outro caso que teve grande repercussão foi o de Anthony Levi, de apenas 4 anos, envenenado pelo pai. Ambos os casos evidenciam o uso crescente do chumbinho em práticas criminosas, uma substância que é altamente tóxica e de venda proibida.

Substâncias Tóxicas Usadas na Produção do Chumbinho

Segundo o perito Thalmanny Goulart, as substâncias mais comuns encontradas em casos de envenenamento criminoso em Alagoas são o sulfotep e o terbufós, componentes que integram o chumbinho. Além de ser vendido clandestinamente como veneno de rato, o chumbinho frequentemente é associado a casos de homicídios e até suicídios, demonstrando um grande risco para a saúde pública.

Mercado Clandestino e Comércio Irregular de Veneno

Paulo Melo, chefe de núcleo de agrotóxicos da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), alerta para o risco que o comércio clandestino dessas substâncias representa. “Esses produtos, que se assemelham a grânulos de chocolate, são vendidos sem qualquer regulação em feiras livres e mercados públicos. Alguns comerciantes os adquirem de forma irregular e os revendem como se fossem destinados ao uso agrícola”, explicou Melo.

Falta de Informação Agrava o Risco de Intoxicação

O perito e farmacêutico Ken Ichi Namba alerta que o chumbinho vendido clandestinamente não possui rótulos de segurança, instruções de uso ou indicação do agente ativo, o que torna o socorro ainda mais difícil em casos de intoxicação. “Sem essas informações, o profissional de saúde enfrenta dificuldades para administrar o tratamento adequado em caso de envenenamento”, destaca Namba.

Fiscalização e Medidas Preventivas

A Vigilância Sanitária tem intensificado as fiscalizações em mercados públicos e feiras para combater a venda irregular de produtos clandestinos. Este ano, já foram apreendidos 15 kg de veneno e interditados 20 estabelecimentos envolvidos. A Vigilância também incentiva a população a denunciar locais que comercializem esses produtos para que providências legais sejam tomadas e o comércio ilegal, combatido.

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