O único objetivo do novo coronavírus é sobreviver, conquistar tantas células quanto conseguir e se multiplicar. Até o fechamento desta edição havia mais de quatro milhões de casos de infecção pela Covid-19 no mundo, que resultaram em 316.393 mortes até 18 de maio.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, se o número de casos confirmados mantiver o mesmo ritmo de crescimento observado em abril, até o final do mês de maio haverá mais de 5 milhões de infectados ao redor do planeta.
No Brasil, até o dia 18 de maio, o total de casos já passava dos 16,5 mil
São números assustadores e tão preocupantes quanto o ritmo de crescimento da epidemia, nos últimos dias. Uma progressão que reflete um maior número de pacientes diagnosticados por meio de testes, mas que também revela como a Covid-19 ainda se espalha de forma intensa, mesmo com quarentena e medidas de distanciamento social.
No Brasil já há mais óbitos do que na China, onde o vírus se espalhou de forma global. No Maranhão, após um levantamento constatar ritmo elevado de crescimento do coronavírus, o Ministério Público do Estado determinou uma restrição ainda maior: o lockdown (bloqueio total) em quatro municípios da Região Metropolitana de São Luís, pelo prazo de dez dias, a partir do dia 5 de maio, por conta do aumento de casos e mortes pela Covid-19 nas regiões. Os municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa foram as primeiras cidades brasileiras a adotar esse tipo de restrição.
Mais rígido, e não menos necessário, o lockdown restringe a circulação de pessoas à realização de atividades básicas.
O lockdown foi praticado em países muito afetados pela doença como Itália e Espanha diante do colapso dos hospitais, mas também foi adotado de forma mais antecipada em países que conseguiram conter a curva de contágio
com sucesso, como a Argentina. Apesar de parecer uma ação excessiva, figura entre as melhores alternativas de diminuir a propagação do vírus.
Medidas de higiene e distanciamento, de igual forma, devem ser seguidas rigorosamente. Além da lavagem correta e frequente das mãos, para evitar a propagação da doença, recomenda-se que as pessoas fiquem pelo menos um metro e meio afastadas entre si. Isso ocorre porque as gotículas da tosse ou espirro de uma pessoa podem conter o vírus. E, se estiver muito próximo da pessoa infectada, poderá inalar essas gotículas, por isso manter o distanciamento social
ajuda a reduzir as chances de pegar a infecção.
O distanciamento social visa a aumentar o espaço físico, a fim de minimizar ou reduzir a propagação de uma doença infecciosa. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (sigla em inglês CDC) recomendam que o distanciamento
social de todas as idades ajude a desacelerar a propagação do Covid-19 e a proteger quem está nos grupos de risco.
O distanciamento social inclui evitar reuniões em locais como escolas, serviços religiosos, eventos esportivos etc., ou seja aglomerações de pessoas.
Já o isolamento deve ser feito por quem já está contaminado, para impedir que pessoas doentes propaguem a infecção, enquanto a quarentena é para aqueles que podem ter sido expostos ao vírus e correm o risco de contrair a doença.
Como agir se suspeitar ou for confirmado o contágio?
Algumas medidas são importantes para proteger o próximo. O Ministério da Saúde aconselha que o paciente se isole em um cômodo da casa, com a porta fechada e as janelas abertas para que o ar circule.
É necessário respeitar um distanciamento de pelo menos um metro entre o paciente e os demais residentes, além de limpeza de maçanetas, vaso sanitário e móveis com álcool 70% ou água sanitária. Fora isso, objetos como talheres, lençóis, copos e toalhas devem ser usados somente pela pessoa diagnosticada com Covid-19. O lixo produzido por
ela também precisa ser separado e identificado.
Se não tiver nenhuma complicação, de preferência, fique em casa. A Covid-19 não requer muito cuidado se não tiver nenhuma outra doença associada ou em pessoas que não integram o grupo de risco. Como em toda virose, a recomendação é hidratação e repouso, em casa. No entanto, se sentir falta de ar ou o quadro se agravar deve buscar
ajuda médica imediatamente.
Os sintomas do coronavírus são muito semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como gripe e resfriado: febre alta, em alguns casos, tosse e dor no corpo. O mais importante é ficar de olho no comportamento respiratório. Se tiver falta de ar, procure imediatamente socorro médico.
Um pouco de História
Não é a primeira vez que o mundo vive uma pandemia. Entre os anos de 1347 e 1353, a raça humana presenciou uma das mais devastadoras registradas na história: a peste bubônica, que ficou tradicionalmente conhecida como peste negra e dizimou pelo menos 1/3 da população europeia. Pasmem! Causada pela bactéria Yersinia pestis, pode se
disseminar rapidamente pelo contato com pulgas infectadas.
A Pandemia caracteriza-se pela enfermidade epidêmica amplamente disseminada. O começo do século XX também ficou marcado por uma enfermidade que atingiu todos os continentes do planeta e causou a morte de pelo menos 50 milhões de pessoas. Essa doença ficou conhecida como gripe espanhola, causada por uma mutação do vírus influenza.
No Brasil a gripe espanhola chegou em setembro de 1918, por meio de uma embarcação inglesa que atracou em três cidades: Recife, Salvador e Rio de Janeiro, desembarcando portadores da doença. Ela chegou nas
grandes cidades como São Paulo, onde acredita-se que tenha contaminado, pelo menos, metade da população paulistana.
No Brasil, como em outras partes do mundo, medidas de isolamento foram tomadas com o decreto do fechamento de escolas, repartições públicas e alguns tipos de comércio. Ao todo, 35 mil pessoas morreram no país com a gripe espanhola.
O que fazer para não perder a sanidade?
Todos nós precisamos uns dos outros para sobreviver. Para explicar um pouco da evolução humana e entender sobre como podemos identificar suas características, os estudiosos Henri Wallon e Bernard Charlot entraram em um consenso de pensamento, afirmando que assim que o ser humano nasce é inicializado o processo de aprendizagem.
Logo ele aprende que é cuidado por outro ser humano e que tem o papel de ensinar ou ser modelo de aprendizagem.
O ser humano é condicionado a aprender socialmente. Por esse motivo, em tempos de pandemia, isolamento e distanciamento social, algumas pessoas podem experimentar sentimentos como medo, ansiedade, depressão e/ou solidão. O isolamento social também pode gerar angústia, depressão e até suicídio.
Para garantir o bem-estar físico e mental, é necessário se manter positivo e saudável.
Crie uma rotina: Inclua atividades como exercício, alimentação saudável, meditação e outros passatempos como leitura, bons filmes. Isso pode ajudar a mente a manter a ordem e o propósito.
Mantenha os relacionamentos, ainda que à distância: telefone ou faça chamadas de vídeo para amigos e familiares.
Falar com as pessoas, estar com elas, mesmo que virtualmente, pode ajudar a aliviar sentimentos de tristeza ou ansiedade.
Fique online: as mídias sociais podem facilitar a conexão com velhos amigos ou fazer novos. Pesquisas mostram que ter muitos amigos em sua rede social pode ajudar você a se sentir mais apoiado/apoiada, minimizando o estresse.
Se jogue ao novo: descubra novos interesses ou habilidades como um novo idioma, culinária, ou mesmo uma nova profissão. Dedique-se a aprender e a ensinar aos amigos e familiares.
Desligue-se da TV e dos noticiários que só trazem mais pânico e depressão. O excesso de informação
pode levar ao desequilíbrio mental. A afirmação é do professor de psicologia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie de Campinas, Marcelo Santos. Em entrevista recente à Revista Brasil ele alertou que a sociedade
passará por muitas transformações pós-pandemia, no entanto, o suicídio já é a doença do século.
Tente se manter positivo. Converse sobre seus sentimentos, abra seu coração com pessoas queridas, faça uma
lista diária de motivos para se sentir grato/grata. Ore, conecte-se com Deus e nunca perca a fé e a esperança.