No Brasil, as picadas de escorpiões são registradas em números elevados com uma situação epidemiológica crescente na maioria dos municípios. No presente estudo, foram analisados dados entre 1998 e 2018 em Americana, São Paulo.
No total, 4122 registros de picadas de escorpião foram georreferenciados usando um dispositivo de sistema de posicionamento global Garmin eTREX 30X, com projeção de datum WGS84 e zona Universal Transverse Mercator 23S. A regressão múltipla de Poisson foi utilizada para explorar a relação entre as taxas de incidência de picadas e áreas de planejamento urbano (UPAs). Oito variáveis quantitativas foram utilizadas para estabelecer a caracterização ambiental e antrópica de UPAs associadas ou não ao escorpionismo. Uma análise espacial foi realizada para mapas de geoprocessamento de Americana usando ferramentas de estatística espacial (análise de hotspot otimizada e função de densidade de kernel) de clusters cartográficos no software ArcMap, versão 10.5.
A ferramenta otimizada de análise de hotspots identificou aglomerados espaciais com altos valores de incidência de escorpiões no entorno de todas as UPAs do município. A estimativa da função kernel da intensidade do evento mostrou uma ampla distribuição de picadas em todo o território municipal, sendo a UPA-02 e a UPA-06 as que apresentaram maior ocorrência de picadas de escorpiões. Seis hotspots significativos foram estabelecidos como áreas de maior densidade de eventos (com ocorrências de 160 a 270) e eram contíguos a 4 áreas de proteção ambiental, localizadas em regiões mais periféricas, e a 2 cemitérios municipais, localizados em áreas centrais urbanas.
Esta análise mostrou que o risco de picadas de escorpião em diferentes UPAs de Americana tem aumentado sua ocorrência e intensidade de incidência.
Resultados
O mapa temático de escorpiões (Figura 1) mostrou uma distribuição ampla da ocorrência de acidentes no território, abrangendo todas as UPAs do município segundo taxas de incidência por 10.000 habitantes (Tabela 1). As UPAs com maior ocorrência e incidência de escorpiões foram a UPA-02 e a UPA-06. A evolução da média móvel do número de acidentes com escorpiões mostrou uma tendência crescente entre os anos de ocorrência na série temporal (Figura 2).
O Artigo completo pode ser acessado: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1080603222002034?dgcid=author