Brasil se prepara para combater o avanço da dengue com ações antecipadas e investimento de R$ 1,5 bilhão
Em resposta ao recorde de mortes por dengue registrado em 2024, o governo federal anunciou a antecipação da campanha de combate à doença para o verão de 2024/2025. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista no Palácio do Planalto, e acompanhado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Recorde de mortes e investimentos
O Brasil registrou um número alarmante de 5.250 mortes confirmadas por dengue até o início de setembro de 2024, além de 1.996 casos ainda sob investigação. Este número é quase cinco vezes maior do que o total de óbitos registrado em 2023, quando 1.179 mortes foram confirmadas.
Para combater essa situação, o governo destinou R$ 1,5 bilhão para a nova campanha, que inclui desde a compra de vacinas até a implementação de portarias emergenciais e planos de ação. Segundo a ministra Nísia, o orçamento já está alocado, apesar do contingenciamento de gastos. “Queremos garantir que esses recursos cheguem até a ponta e tenham impacto real”, afirmou a ministra.
Aquecimento global e antecipação da campanha
O presidente Lula relacionou a antecipação das ações de combate à dengue ao aquecimento global. “Com a questão climática evoluindo e o planeta ficando mais aquecido, resolvemos antecipar o lançamento da campanha para termos mais tempo de preparação”, explicou o presidente.
Estratégia de combate à dengue
A campanha do governo será baseada em seis eixos principais:
- Prevenção
- Vigilância
- Controle vetorial
- Organização da rede assistencial
- Preparação e resposta a emergências
- Comunicação e participação comunitária
Além disso, haverá diálogo com prefeituras e a sociedade civil, com foco em saneamento básico, limpeza urbana e condições de moradia, fatores que também influenciam o avanço da doença.
Vacinas e novas tecnologias
A campanha contará com a implantação progressiva de vacinas contra a dengue, com a distribuição de 9 milhões de doses previstas para os estados e municípios. A ministra Nísia mencionou que o governo também planeja usar mosquitos estéreis, infectados com a bactéria Wolbachia, para combater o vírus da dengue em áreas indígenas.
“Vamos criar uma biofábrica de Aedes aegypti com Wolbachia para que possamos disseminar esses mosquitos em aldeias indígenas”, explicou a ministra.
Esperança de um verão com menos dengue
O governo federal espera que as medidas antecipadas possam resultar em um verão com menos casos de dengue. “Se Deus ajudar, queremos ter o verão com menos dengue da história deste país”, disse o presidente Lula, destacando que o aquecimento global tem intensificado a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
“A hora é de cuidar, prevenir e evitar, mas temos consciência de que esse é um problema que vamos melhorar gradualmente”, completou a ministra Nísia.
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