Aumento de casos de dengue em MG contrasta com redução de gastos do governo no combate ao mosquito

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mosquito aedes aegypti - Pragas e Eventos
Foto: Pixabay/Divulgação

O estado de Minas Gerais registrou um aumento de 564% nos casos de dengue nos últimos dois anos. Em dezembro de 2021, foram confirmados 15.441 casos da doença, enquanto em abril de 2023, o número já chega a 109.172 pessoas. Além disso, a chikungunya também teve um aumento considerável, passando de 5.367 casos em dezembro de 2021 para 21.930 nesta quinta-feira (27). Essas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.

No entanto, em contrapartida, o governo estadual reduziu em cerca de 40% o orçamento destinado ao combate dessas arboviroses entre 2021 e 2022, de R$ 123,2 milhões para R$ 76,1 milhões. Considerando o período dos últimos dois anos, a redução é ainda mais significativa, já que até agora o governo gastou apenas R$ 129,5 mil, conforme dados informados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Segundo a SES, os valores investidos em 2023 são inferiores aos anos anteriores porque a maior parte dos recursos é transferida no segundo semestre de cada ano, visando a preparação para o período chuvoso seguinte. No entanto, não há dados disponíveis para a pasta da saúde no portal da Transparência do governo de Minas, o que levanta questionamentos sobre a transparência na gestão pública.

O pesquisador da Fiocruz Minas, Fabiano Duarte Carvalho, explica que as doenças provocadas pelo Aedes Aegypti têm um processo cíclico, de altas que ocorrem geralmente a cada três anos, podendo o intervalo ser maior ou menor. As ocorrências tendem a ser mais volumosas no verão, em que há altas temperaturas e maior volume de chuvas. Para ele, as ações de combate deveriam ocorrer antes deste período crítico, de preferência, no inverno, quando o mosquito está em menor quantidade no ambiente e mais vulnerável aos ataques.

A Biofábrica Wolbachia, que visa combater a transmissão das doenças pelo Aedes Aegypti, teve início na semana passada, mas só deve ficar pronta em 2024. Enquanto isso, é importante que haja uma atenção redobrada para o controle e prevenção dessas doenças, e que sejam tomadas medidas efetivas pelo poder público, para garantir a saúde da população.

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