A morte de duas crianças, em Americana e Limeira, após picadas de escorpiões na última semana, tem apavorado moradores de toda a região. Em Campinas, segundo a Secretaria de Saúde, foram 88 ataques do animal de janeiro a julho deste ano – praticamente um caso a cada dois dias.
Em 2016, o índice foi maior. Foram 208 ataques durante o ano todo – ou quatro casos por semana. Embora a grande maioria dos ataques passe em branco, em crianças e idosos os efeitos podem ser mais graves, como nos casos de Cauã Ferrari, em Americana, e Allyf Silva de Sousa, em Limeira.
“Na grande maioria dos casos, as picadas causam apenas uma dor localizada. A pessoa é atendida, recebe um analgésico e fica em observação, para depois ser liberada”, afirma Ricardo Conde Alves Rodrigues, médico veterinário do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas.
Confira aqui as dicas de como evitar os ataques
Segundo ele, no entanto, em crianças o efeito pode ser mais devastador porque a quantidade de veneno injetada na picada é a mesma de adultos – mas o organismo é menor. “O veneno fica mais concentrado”, diz o especialista. No caso de idosos, as complicações podem acontecer pela fragilidade do organismo. “Mesmo pessoas adultas e aparentemente saudáveis podem sofrer, se tiverem alguma debilidade”, explica.
PREVENÇÃO
O escorpião-marrom e o escorpião-amarelo são as duas principais espécies que atacam pessoas. O marrom costuma ficar do lado de fora das casas – em jardins e quintais. O amarelo é mais ousado. “Ele é encontrado dentro das casas. É a espécie mais perigosa, que tem o veneno mais potente”, diz Rodrigues.
Manter a casa limpa e observar locais em que os animais podem ficar (como locais com entulho ou dentro de guarda-roupas) são atitudes essenciais para evitar os ataques. “Jogar veneno não é recomendado, nem mesmo por empresas de dedetização. O veneno tende apenas a desalojar os escorpiões. É como se trouxesse os animais à tona”, afirma o veterinário.
O QUE FAZER?
Quem for picado por um escorpião deve procurar atendimento imediatamente. O recomendado é ir até o posto de saúde do bairro – caso haja necessidade de um socorro mais especializado, o paciente pode ser removido para um hospital. “Nem todo mundo recebe o soro antiescorpiônico. Na grande maioria dos casos, a picada provoca dor intensa, e só. O tratamento é apenas com analgésico”, garante Rodrigues.
Em Campinas, a referência no tratamento de acidentes envolvendo escorpiões é o Centro de Controle de Intoxicações (CCI) da Unicamp.
