Campo Grande entra na época crítica, com a chegada das chuvas, para a proliferação do Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya. Mesmo com o verão batendo a porta, a cidade está desde julho sem o inseticida utilizado para o fumacê, que passa pelos bairros combatendo o mosquito. O Ministério da Saúde havia encaminhado lote que depois foi reprovado e teve de ser recolhido. Desde então, não enviou novo carregamento do produto.
A assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirma que o estoque que havia acabou, porque teve teste de qualidade reprovado. Novos lotes não chegaram, mas ainda conforme a secretaria, o Ministério de Saúde garantiu que licitação está em curso para a compra do veneno, mas a previsão é só para início de 2020.
O Ministério da Saúde, atualmente, utiliza o pesticida malathion GT 96%, que é diluído para a aplicação. Este químico pertence ao grupo dos organofosforados e atua na inibição da do sistema nervoso do inseto, sintetizado após a segunda guerra mundial como arma química.
José Mauro Filho, secretário municipal de saúde (Foto: Marcos Maluf)
Em entrevista, o secretário de saúde do município, José Mauro Filho, avalia que apesar do veneno, a melhor forma de combate ao mosquito ainda é a conscientização popular. “A melhor forma de combater a dengue é na educação. Educação da população em não deixar lixo, isso já é comprovado cientificamente”, disse.
Conforme o Ministério da Saúde, mais de 400 mil litros de inseticida vencido foram devolvidos ao fabricante. O veneno teria ficado armazenado pela “má qualidade”. Assim como outros produtos similares, acredita-se que o malathion é danoso à saúde humana e ao meio ambiente, especialmente se não for aplicado de forma correta.