Os casos de dengue na cidade de São Paulo aumentaram quase 28 vezes em 2019 se comparados com os 12 meses de 2018. No ano passado, foram registrados 586 casos e, só até setembro de 2019, já foram registrados 16.166 casos, segundo dados divulgados pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
“Quando as temperaturas começam a aumentar e nós tivemos dias quentíssimos em pleno inverno na cidade de São Paulo, as larvas do mosquito eclodem. Também no período chuvoso, que vai acontecer em setembro e outubro e depois se intensifica em janeiro, também favorece a proliferação. As larvas do mosquito se proliferam em água parada”, explica a coordenadora de vigilância sanitária da Covisa, Doutora Solange Saboia.
Além disso, a circulação de um novo vírus da dengue também favorece o aumento de casos na cidade. “Nós temos agora o vírus 2 da dengue, que nunca circulou no nosso município. Agora em 2019 está circulando esse vírus e, por isso, o aumento de casos”, explica a especialista.
As pessoas que tiveram um tipo de dengue podem ficar expostas aos outros três, afinal, são quatro tipos de vírus da dengue que podem ser transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti. “Quem teve dengue pode ter de novo. A pessoa pode ter imunidade para um tipo de dengue e estar exposta aos outros três”, conclui Saboia.
No Brasil
Em dados divulgados pelo Ministério da Saúde, até o dia 24 de agosto deste ano foram registrados 1.439.471 casos de dengue em todo o Brasil. Esse número representa um aumento de sete vezes em relação ao mesmo período do ano passado. Em índices percentuais, a variação foi de 599,5%.
O total de mortes devido à infecção neste ano chegou a 591 em todo o Brasil. Em 2018, o número foi de 160 casos confirmados de morte por dengue. Ainda segundo os dados do Ministério da Saúde, os estados de Minas Gerais e de São Paulo concentram, juntos, 63% de todos os registros da doença.
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