Em 2019, em todo o Brasil, os casos de dengue triplicaram em relação aos números do mesmo período de 2018.
Com o perigo para todo lado, está sendo preciso entrar à força em imóveis abandonados em algumas cidades de Minas Gerais.
A prefeitura de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, teve que criar unidades de hidratação para dar conta de tanto paciente com dengue.
“Dor no corpo, dor de cabeça, nas pernas, lombares, dor de estômago”, relatou a dona de casa Marli Martins.
No Brasil, circulam quatro tipos de vírus da dengue. Estudos revelam que eles se revezam de maneira cíclica a cada ano e as epidemias ocorrem quando o que estava mais fraco volta a predominar. Ainda segundo as pesquisas, os surtos no Brasil ocorrem a cada três ou quatro anos. O último foi em 2016.
Em 2019, é o tipo dois que está voltando com força. Ele andou meio sumido na última década. Estudos mostram que, no ciclo da dengue, quando um vírus volta, quem não teve contato com ele fica mais vulnerável. E o tipo dois, segundo os pesquisadores, ainda tem uma característica preocupante: provoca casos mais graves.
“É um vírus que, do ponto de vista da saúde pública, os municípios têm que se preparar melhor para lidar com uma infecção que potencialmente pode causar maior quantidade de pessoas mais graves”, analisou Mauro Martins Teixeira, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Dengue.
No primeiro trimestre de 2019, o número de registros de dengue no país mais que triplicou em relação a 2018. A maioria dos casos se concentra na Região Sudeste. Na sequência, estão as regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sul. Entre as cidades com maior incidência estão Goiânia, Belo Horizonte e Brasília.
Para evitar as formas graves da doença, os médicos recomendam a hidratação com soro venoso. O soldador Saulo Rezende passou a tarde se cuidando para sarar logo.
“Dá um desânimo tremendo, esse mosquitinho é terrível. Primeira e última, se deus quiser”, disse.