Manaus – Aumentou em 47% a quantidade de casos de malária no Amazonas identificados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). O dado foi divulgado, este mês, pelo Sistema de Informações Governamentais do Amazonas (E-siga) com base em dados da autarquia. A FVS avalia que um dos motivos para o aumento dos casos da doença é a introdução do plasmodium falciparum, espécie de parasita da malária que pode ter sido trazido da Venezuela.
O período em que se registrou o aumento dos casos da doença são os primeiros oito meses de 2016 e de 2017. De janeiro a agosto, do ano passado, a FVS registrou 31.905 casos da doença. Já no mesmo período de 2017, os registros de malária aumentaram para 47.046. Só em Manaus, conforme o E-siga, foram registrados 7.079 casos de malária no último mês de agosto.
De acordo com o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, 50% dos casos de malária atuais estão localizados em Coari e em quatro cidades da Calha do Rio Negro: São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos e Manaus.
Albuquerque suspeita que a introdução da espécie do protozoário parasita plasmodium falciparum foi feita a partir da Venezuela, passando pela cidade de São Gabriel da Cachoeira, município no extremo norte do Amazonas que faz fronteira com o país caribenho.
“Esse plasmodium (falciparum) tem a capacidade de se reproduzir mais rapidamente e possivelmente entrou via Venezuela”, disse o diretor-presidente da FVS, comparando a espécie do parasita à espécie plasmodium vivax. Segundo Bernardino, mais de 90% da malária registrada no Amazonas ocorre por meio do plasmodium vivax, transmitido pelo mosquito anopheles e que não afeta o paciente tão gravemente quanto o falciparum.
Entre as ações de controle da FVS há a proteção dos moradores com a distribuição de mosqueteiros impregnados com inseticida, diagnóstico e tratamento da doença e combate ao mosquito pela borrifação do inseticida.