Coleta de prevenção contra a febre maculosa é realizada em Ariquemes, RO

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2 - Pragas e Eventos

Uma força-tarefa de coleta para o controle e prevenção da febre maculosa foi realizado na manhã desta terça-feira (23) em espaços públicos com áreas verdes em Ariquemes (RO), na região do Vale do Jamari. A ação realizada pelo Centro de Zoonoses, Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen-RO), Vigilância Sanitária e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsau) tem como objetivo coletar o maior número de carrapatos responsáveis pela transmissão da doença para serem analisados.

De acordo com a gerente da Vigilância Sanitária no município, Sônia Carvalho, a doença é transmitida através do carrapato-estrela, que estejam infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. A espécie do carrapato é encontrada com mais frequência em cavalos e capivaras, que normalmente estão em áreas verdes.

“Estes espaços foram escolhidos por que queremos levar um olhar de vigilância aos locais de lazer da cidade. Por serem observados que estas áreas têm a presença de animais que podem estar trazendo os carrapatos de seu habitat, os profissionais estão realizando a coleta dos carrapatos-estrela, que podem estar veiculados a transmissão da doença”, relata.

A gerente da Vigilância Sanitária salientou que o município de Ariquemes não possui casos suspeitos da doença e que o trabalho de coleta é apenas para o controle e prevenção da endemia. Sônia Carvalho ainda informou que em 2016, um morador do município contraiu a febre maculosa após passar um período em Alto Paraíso (RO), mas a doença foi diagnosticada pelo médico e o paciente se curou após seguir o tratamento com antibióticos.

“Essas áreas verdes estão sendo mapeadas e os agentes estão realizando um diagnóstico para identificar se os carrapatos encontrados são as espécies que têm a presença da bactéria Rickettsia rickettsii. Desta forma, eles serão monitorados, para que a população possa usufruir com tranquilidade de todas as áreas verdes e as praças da cidade sem nenhum risco para a saúde”, destaca.

A veterinária do Centro de Zoonoses, Bárbara Ferreira, explica que os sintomas iniciais da doença é semelhante aos dos sintomas da dengue, e o importante é que o paciente informe ao médico que possuiu contato com carrapato para que a febre maculosa seja diagnosticada.

Uma força-tarefa de coleta para o controle e prevenção da febre maculosa foi realizado na manhã desta terça-feira (23), em espaços públicos com áreas verdes (Foto: Rede Amazônica/Reprodução)

“Se a pessoa perceber que teve algum contato com o carrapato, onde o sinal da mordida ficar como um alvo e ter um pontinho no centro, onde a pessoa após um período de 10 dias desenvolver algum dos sintomas parecidos com a dengue, deve o mais rápido possível procurar atendimento e informar que teve contato com o carrapato. Pois assim, o médico conseguirá chegar ao diagnóstico da doença em tempo hábil”, detalha.

A bióloga do Lacen-RO, Rosemira Vidal conta que o trabalho realizado visa a coleta do maior número de carrapatos para que eles possam ser identificados em laboratório posteriormente.

“Na localidade, estamos realizando a técnica de arrasto e estamos trabalhando para coletar as larvas e ninfos do carrapato. Essas larvas e ninfos serão encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde eles serão identificados e analisados se estão infectados pela bactéria. Este trabalho de identificação e mapeamento da fauna será realizado em todo o estado como forma de prevenção”, relata.

Febre maculosa

A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato pode ser encontrado em animais de grande porte como por exemplo bois e cavalos, além de cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais. Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele da pessoa. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

Quando a bactéria cai na circulação causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos. Os primeiros sintomas aparecem de dois a quatorze dias depois da picada. A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo.

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