O combate aos ratos e camundongos passa por três momentos fundamentais: o rato tem de encontrar o raticida, ele tem de comer o raticida e tem de morrer.
Primeiro precisamos entender que os ratos primeiro sentem o cheiro do alimento, depois eles lambem e se for bom eles comem. O raticida pode ter até um cheiro bom, mas se não for palatável ele não come. Mas é fundamental que o raticida tenha um cheiro bom pois é o primeiro sentido ativado.
Isto não quer dizer que basta colocar o raticida em qualquer lugar que o rato vai até ele. Eu preciso coloca-lo em pontos estratégicos e estes pontos são identificados pelos vestígios deixados pelo seu deslocamento: fezes, roeduras, trilha, mancha de gordura, tocas. E é nestes locais que deveremos iscar. Quanto mais pontos de iscagem tivermos melhor.
O segundo ponto é o rato precisa comer a isca e por isto ela tem de ter um gosto agradável. Por esta razão o mercado de raticidas tem melhorado suas iscas para torna-las mais atrativas e palatáveis. Ultimamente está se usando amendoim nas iscas para torna-las mais palatáveis. As sementes de girassol é uma formulação que tem dado muito certo pelo seu alto teor proteico, valor energético, presença de vitaminas, aminoácidos.
Os blocos parafinados tem sido modificados para blocos resinados ou parafinados extrusados e prensados com menor teor de parafina. Isto porque o teor de parafina sempre foi um problema. Se é colocado mais parafina o produto resiste bem às intempéries, mas não é atrativo. Se colocar menos ele passa a ser mais atrativo, mas não resiste às variações ambientais. Isto sem dizer que a parafina não é nada palatável.
Muitas vezes precisamos aumentar a atratibilidade principalmente quando temos uma grande oferta de alimentos. Neste caso podemos palatabilizar a isca usando alguns atrativos como essência de baunilha, misturando o granulado com frutas como laranja, banana, mamão e outros.
E finalmente o rato tem de morrer. Hoje se usa derivados hidroxicumarínicos que matam o rato por hemorragia e leva até sete dias para morrer e com isto não há relação de causa e efeito.
No mercado existe uma série de ativos oferecidos e a diferença entre eles é a DL50, ou seja, a quantidade que devem ingerir para que 50% da população exposta venha a morrer.
Assim sendo quanto menor for a DL50 maiores serão as chances de haver morte uma vez que ele precisa comer pouco raticida para mata-lo e também não interfere nos seus hábitos alimentares.
Se pegarmos um raticida à base de Brodifacoum que tem uma DL50 para ratos de 250g ele precisará ingerir apenas 1,3g do produto comercial para ter 50% de chance de morrer enquanto que se usarmos um raticida à base de Difenacoum o rato de 250g precisará ingerir 6,5g para ter o mesmo efeito. Não existem fórmulas mágicas para combater ratos e camundongos existe sim, o conhecimento técnico para que possamos dizer que estamos preparados para realizar desratização.