Confirmados 12 casos de leishmaniose em Santa Maria

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A Vigilância Ambiental em Saúde de Santa Maria está monitorando casos de leishmaniose na cidade. Desde o começo deste ano, foram confirmados 12 casos de animais que contraíram a doença. A maioria deles foi submetida à eutanásia com o consentimento do proprietário. Por prevenção, os bairros não foram divulgados. A principal forma de transmissão da leishmaniose é por mosquitos, durante a picada. O mosquito palha, nome que pode variar de acordo com a localidade, é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

Conforme o médico veterinário da Vigilância Ambiental em Saúde, Carlos Flávio Barbosa da Silva, a eutanásia é o método mais indicado como ferramenta da saúde pública, já que o tratamento existente para o animal não é eficaz, não leva à cura, apenas diminui a carga parasitária. O custo é alto – na maioria das vezes, cada dose do tratamento gira em torno dos R$ 1,5 mil. São necessárias, pelo menos, três doses. Além disso, pode ter efeitos colaterais.

– O transmissor é popularmente chamado de mosquito palha, vetor responsável por picar o animal, mas não é o cão que transmite para a pessoa, é o próprio mosquito. Esses casos na cidade preocupam, e estamos monitorando. Em Cacequi, município da região, a situação também é preocupante. Na Capital, só neste ano, foram registradas três mortes em humanos – comenta Silva.

Quando detectada cedo, a doença tem alto índice de cura em humanos, ao contrário dos animais. A principal forma de prevenção é a utilização de repelentes – no caso dos cães, há coleiras com essa ação. Além disso, a limpeza de áreas ao redor do quintal é fundamental, já que o mosquito palha gosta de lugares úmidos, escuros e com acúmulo de matéria orgânica. O ambiente em que o animal vive, como o pátio, deve estar sempre limpo, e a higiene do cachorro, em dia.

– As pessoas entram em contato conosco. A partir daí, fazemos um agendamento, vai uma equipe a campo, faz a coleta do sangue do animal e dos outros que estão ao redor, faz uma ficha de investigação de cada um, para descobrir a origem, e faz teste rápido. Depois, enviamos o material para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen). Se confirmada a doença, comunicamos o proprietário, que decide sobre o destino do animal. Nós orientamos pela eutanásia – explica Silva.

Ainda conforme o médico veterinário, qualquer pessoa que souber de um caso pode comunicar o setor de Vigilância Ambiental em Saúde pelo telefone (55) 3221 – 7158.  A Leishmaniose Visceral é uma doença de notificação obrigatória.

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Principais sintomas em humanos

– febre irregular de longa duração (mais de 7 dias)
– falta de apetite, emagrecimento e fraqueza
– barriga inchada (pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo)
– problemas cardíacos

Principais sinais clínicos da doença em cães

Os cães podem ficar infectados por vários anos sem apresentarem sinais clínicos. Estes cães são fontes de infecção para o inseto transmissor, e, portanto, um risco à saúde de todos. A única forma de detectar a infecção nestes animais é através dos exames de laboratório específicos.
– apatia
– lesões de pele
– queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas
– emagrecimento
– lacrimejamento (conjuntivite)
– crescimento anormal das unha

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