Criança morre depois de ser picada por escorpião no PR

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Redação com BandNewsCuritiba

Os moradores de Assis Chateaubriand, na região oeste do Paraná, estão assustados com o que consideram ser uma infestação por escorpiões na cidade. Os animais têm sido encontrados em vários imóveis e um deles picou uma menina de apenas três anos e meio de idade no começo da semana.

Milleny Eduarda Pacheco Teixeira estava no sofá de casa no momento do acidente. A criança foi socorrida pelo pai e levada ao Hospital Beneficente de Assis, e de lá acabou transferida para o Hospital Universitário de Cascavel com fortes dores, mas não resistiu ao veneno e morreu nesta terça-feira (16).

O caso gerou comoção nas redes sociais e muita gente reclama das limitações que a cidade enfrenta para lidar com situações do tipo. A secretária Mirian Marcolino Correia é uma dessas pessoas.

“Todo ano tem uma época que eles aparecem mais… até onde eu sei, não tem soro. Minha mãe foi picada por uma aranha armadeira e eu achei que ela iria morrer. Ela nem veio para cá porque eu sabia que não tinha (soro) né. Aí ela foi para Toledo receber o atendimento, recebeu soro direto na veia e morfina”, disse.

Ainda conforme a moradora, a preocupação só aumenta com a proximidade do início das aulas e o risco de mais acidentes envolvendo crianças pequenas. Ela lembra que, em alguns casos, até mesmo a tentativa de combater o aracnídeo pode colocar a vida das pessoas em risco.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, algumas cidades paranaenses realmente entram alerta durante a primavera e verão devido ao aumento de animais como escorpiões, aranhas e até mesmo cobras. A chefe da Divisão de Zoonoses e Intoxicações do órgão, Tânia Portela, afirma que são geralmente áreas mais quentes e úmidas.

Dependendo da regional de Saúde, as doses de soro até são distribuídas aos municípios, mas que essa decisão é tomada em cada escritório.

Lembrando que a mortalidade por picada de escorpião depende basicamente de quatro fatores: a idade (os mais jovens e mais velhos são mais vulneráveis), a espécie (e o escorpião amarelo tende a provocar resultados mais graves), o volume de veneno inoculado na vítima, e a existência de doenças cardíacas prévias.

A reportagem procurou o prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Henrique Micheletto. Ele se diz chocado com a morte da menina e afirma que uma investigação sobre o caso já foi iniciada. O gestor também garante que não há infestação por escorpião na cidade, mas concorda que a presença do soro no município seria mais eficaz em situações graves.

Micheletto também afirma que vem a Curitiba nesta quinta (18) para tentar conseguir kits emergenciais de soro para evitar outras mortes.

O escorpião que picou a pequena Milleny era do tipo amarelo. O animal foi morto pelo pai da menina e entregue à equipe de Vigilância Epidemiológica do município. O corpo da criança vai ser sepultado ainda hoje.

Mais mortes

Em 2017  foram registrados quase mil casos de ataques de escorpiões no Paraná.

Em setembro, uma menina de cinco anos morreu depois de ser picada por um escorpião amarelo, em Cianorte, no noroeste do Paraná. A mãe também foi ferroada na mão, ao tentar salvar a menina.

No final de agosto, um menino de 4 anos morreu, em  Jussara, município a 20 quilômetros de Maringá, Noroeste do Estado. O menino foi picado no pescoço enquanto dormia no quarto da casa da avó dele. Devido a gravidade do caso, ele foi transferido em estado grave para o Hospital Universitário de Maringá. Durante o atendimento o menino teve duas paradas cardiorrespiratórias.

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