Eficácia dos Inseticidas: como utilizá-los corretamente

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O grande problema na ineficácia de um combate a insetos e aracnídeos sinantrópicos é se estamos usando o equipamento e formulação de inseticidas adequados para o problema que se apresenta.

Por exemplo, uma desinsetizadora foi fazer o controle de moscas em um laticínio usando uma costal motorizada e um funcionário da empresa para mostrar que o trabalho dele estava melhor que o da desinsetizadora usou uma costal manual e aplicou o mesmo produto, contudo resultou em mais moscas mortas do que o trabalho da desinsetizadora.

Em uma situação como esta o que devemos fazer em primeiro lugar é analisar as variáveis que poderiam estar interferindo no processo.

Verificou-se que o funcionário da desinsetizadora estava usando um atomizador costal com bico para uso como UBV e neste caso não tem residual e sua utilização em área aberta é completamente inadequada.

Foi orientado a usar um bico com maior vazão e consequentemente gotas maiores e com isto passou a apresentar residual dando a resposta que se esperava de uma desinsetizadora profissional.

O conhecimento das características de determinadas formulações é essencial quando vamos escolher o equipamento para realizar uma desinsetização.

Por exemplo, em um treinamento que estava realizando quando falava em uso de termonebulização um técnico falou que costumava usar DDVP (diclorvos) no termonebulizador e perguntou se estava certo.

A formulação adequada para fog é o Concentrado Emulsionável (CE), mas não quer dizer que todo e qualquer CE pode ser usado desta forma. E o DDVP não pode ser usado neste equipamento em hipótese alguma porque ele tem alta pressão de vapor e logo que é pulverizado começa a evaporar, pois esta é a característica dele, desalojar-se.

E para isto ele precisa passar para a forma gasosa penetrando em todas as frestas para desalojar, por exemplo Blattella germanica, e faz isto à temperatura ambiente.

No termonebulizador a temperatura na câmara de combustão é de 1.400°C, passa para o ressonador a 1.000°C e na saída no ponto onde o inseticida entra está a 100°C. Significa que ao sair para o ambiente não tem mais inseticida algum.

Uma outra situação que acontece é fazer misturas de inseticidas. Agora, se eu não sei onde cada grupo químico atua no sistema nervoso dos insetos como é que eu vou saber se minha mistura torna o combate mais eficaz ou não?

Fazer mistura ajuda bastante desde que atuem em sítios diferentes do sistema nervoso. O que adianta misturar dois piretróides se ambos atuam no mesmo local? Nada. É jogar produto fora.

Por isto antes de sair aplicando inseticidas é fundamental que se conheça o mecanismo de ação dos inseticidas, a formulação mais adequada e o equipamento de melhor uso para cada situação, para que, a partir disso possamos dizer que estamos fazendo um trabalho realmente profissional.

Leia também: Erros no transporte de inseticidas

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