Em Pato Branco, a presença de escorpiões é constante – endêmico – e as pessoas precisam se precaver contra este aracnídeo. O alerta é feito pelo professor da UTFPR de Pato Branco, Fabiano Ostapiv. Ele capturou escorpiões marrons no Bairro La Salle, próximo da região Central, onde já houve inclusive incidentes com pessoas picadas, que felizmente tiveram acesso ao soro rapidamente e o quadro clínico não se agravou. As neurotoxinas do veneno do escorpião podem matar uma pessoa facilmente. São mais de 75 mil acidentes por ano no Brasil, e as ocorrências com escorpiões já superaram as provocadas por cobras.
Foram encontrados vários locais com escorpiões em terrenos baldios em bairros como Vila Izabel, La Salle, Bortot, Brasília e até no Centro. Segundo o professor Fabiano, as altas temperaturas contribuem para a proliferação desses insetos. Segundo ele, não é recomendado usar inseticidas comuns, porque os escorpiões são imunes à maioria deles.
“O uso do veneno faz apenas com que eles saiam de seus esconderijos em busca de refúgio, e é exatamente neste momento que eles aparecem dentro das casas e provocam os acidentes”, orienta. O ideal, para combater este aracnídeo é manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de qualquer tipo de entulho. “Limpeza é a palavra de ordem para evitar a presença indesejável do bichinho”, frisa o professor.
Inimigos naturais
Muita gente quando vê um sapo no quintal, dá logo um jeito de expulsá-lo, um erro que pode custar caro. O sapo é o principal predador do escorpião, ele é um dos alimentos preferidos do cardápio. “O ideal seria a gente criar um sapo no quintal, porque seria uma forma de controlar a população não apenas de escorpiões, como de aranhas”, recomenda.
Além de terem poucos inimigos naturais nas cidades, e alimentos com fartura, eles comem baratas, os escorpiões se reproduzem em larga escala. Eles não põem ovos, como muita gente pode imaginar. São vivíparos e seus filhotes nascem por meio de parto, após uma gestação longa, que dura entre dois meses meio a três meses. Algumas espécies, inclusive T. Bahiensis, podem gerar mais de uma ninhada a partir do mesmo acasalamento, decorrendo vários meses entre dois partos consecutivos.
Entre estes escorpiões, cada ninhada pode ter mais de 20 filhotes, mas outras espécies podem produzir até 90 ou mais filhotes, lembra o professor Fabiano.