Depois que três macacos morreram vítimas de febre amarela na Zona Norte de São Paulo, a doença, que já tinha tido um aumento de números de casos em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro no ano passado, levantou o alerta da população que tem feito filas nas Universidade Básica de Família (UBS). As autoridades, no entanto, afirmam que o clima não é para tamanha preocupação. Seja como for, os paulistanos temem qualquer risco, ainda mais depois de surtos grandes como o da dengue e até o zika, transmitido aos bebês de grávidas que foram picadas por mosquitos aedes aegypti, que também é um dos transmissores de febre amarela. Eis aqui algumas informações básicas sobre a doença.
Quais são os sintomas iniciais da febre amarela?
Os sintomas iniciais costumam aparecer entre 3 e 5 dias após a infecção: febre, calafrios, dores nas costas e corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. Cerca de 20% das pessoas contaminadas desenvolvem a forma grave da doença. Nestes casos, existe uma melhora do quadro inicial, e depois uma piora, acompanhada de icterícia (coloração amarelada da pele e do branco do olho), insuficiência renal e hepática e hemorragias. Este quadro grave pode levar à morte, e não tem tratamento.
Como a febre amarela é transmitida?
A doença não é transmitida de pessoa para pessoa nem de macacos para humanos. Os mosquitos Sabethes, Haemagogus e o Aedes aegypti são os principais transmissores da febre amarela.
Qual a diferença entre febre amarela silvestre e urbana?
Os mosquitos Sabethes, Haemagogus são responsáveis por transmitir a forma silvestre da doença, enquanto o Aedes aegypti é o transmissor da febre amarela urbana. Todos os casos registrados no Brasil desde 1942 foram de febre amarela silvestre. Foram confirmados 777 casos de febre amarela entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, com 266 mortes.
Quem deve se vacinar contra a doença?
No Brasil, 19 Estados (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) possuem recomendação de vacinação. Nos estados de Bahia, Piauí, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina a advertência não vale para todas as cidades. Então caso você tenha uma viagem planejada para algum destes destinos, a orientação é de que você se vacine 10 dias antes, o tempo necessário para desenvolver os anticorpos.
Quem não pode tomar a vacina?
Crianças menores de nove meses de idade, pacientes com câncer ou HIV, transplantados, gestantes e pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras não devem ser imunizados. Idosos devem passar por uma avaliação no posto de saúde antes de tomar a vacina.
Quem deve se vacinar contra a doença em São Paulo?
Até o momento as autoridades de saúde recomendam que os moradores da zona norte da cidade se dirijam a um posto de vacinação para serem imunizados. O principal foco da doença na capital está na região do Horto Florestal. Como os mosquitos transmissores da doença não conseguem se deslocar por grandes distâncias, a campanha de vacinação iniciada em 21 de outubro está restrita à região norte.
Em um primeiro momento serão vacinadas as pessoas que vivem em um raio de meio quilômetro do parte Horto (que foi fechado, assim como o parque da Cantareira), abrangendo três bairros: Cachoeirinha, Tremembé e Casa Verde. Em seguida, a imunização será ampliada para 2,5 milhões de moradores da zona norte.
Onde posso me imunizar na zona norte?
Confira aqui a lista completa das Unidades Básicas de Saúde e locais de Assistência Médica Ambulatoriais que oferecem a vacina gratuitamente das 8h às 18h. Neste feriado haverá vacinação em horários extras. Veja aqui.
São Paulo tem doses para atender a todos os que precisam ser imunizados?
O Estado tem aproximadamente 1,5 milhão de doses. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou há alguns dias o envio de mais 1,5 milhão de doses.
Existe algum caso de paciente de febre amarela em São Paulo?
Até o momento não há nenhum caso notificado na capital. Apenas três macacos: um no parque Horto Florestal e dois no parque Anhanguera. No Estado, no entanto, só em 2017, foram registrados 22 casos que levaram a dez mortes.