Infestação de baratas chama atenção em Marechal Rondon

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(Foto: Joni Lang/OP)

Nos últimos dias, moradores de vários bairros de Marechal Cândido Rondon estão reclamando de um mesmo problema: a infestação de baratas oriundas das galerias de água pluvial.

Um dos bairros em questão é o Espigão. Em contato com a reportagem de O Presente, um dos moradores contou que as baratas vêm das galerias de águas pluviais e sobem pelas bocas de lobo, de onde saem em direção às residências. “Avisei a prefeitura e uma equipe limpou algumas bocas de lobo, contudo não chegou a mexer nas galerias. Quem sabe é por isso que o problema persiste”, expõe, acrescentando que dedetiza a casa anualmente com uma empresa especializada. “Muitas pessoas mantêm trepadeiras em muros, que viram criadouros desses insetos e sem saber transferem a infestação para outras casas”, lamenta.

Ele afirma que existe a necessidade de limpeza das galerias de águas pluviais e dedetização das mesmas de forma frequente para evitar o acúmulo da sujeira e aumento dos viveiros dos insetos. “Como não é possível jogar veneno nas galerias, devido ao risco de contaminação dos rios, é feito tratamento com fumaça parecido com o fumacê da dengue, no entanto, soube pela prefeitura que não há como realizar tal procedimento. Sendo assim, se nada for feito, a situação tende a piorar ainda mais”, menciona.

ELIMINAÇÃO

O empresário Éder Machado, da Dedetizadora Rondon, comenta que com o calor escaldante do verão aumenta o aparecimento de baratas. Neste período do ano, acrescenta ele, insetos e animais peçonhentos também saem de seus abrigos para procurar alimento e reprodução.

Ele explica que nas épocas mais quentes do ano o ciclo da barata é mais curto. “Por exemplo, para nascer precisa de 14 dias no verão e 28 no inverno”, informa. “Por isso se proliferam mais rápido agora e automaticamente aparecem mais nas casas”, amplia.

Machado destaca que as baratas podem transmitir muitas doenças, como hepatite A, febre tifoide, tuberculose, lepra, diarreia, poliomelite e pneumonia, uma vez que transitam por ambientes como esgotos, lixos e outros locais contaminados, carregando bactérias e vírus. Por isso, frisa: são de suma importância os cuidados com a limpeza. “Houve aumento razoável no número de pedidos de pessoas que nos contratam para eliminar baratas e insetos”, relata.

DENÚNCIA

O coordenador da Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde, Marcos Alexandre Dresch, diz que houve denúncia referente ao número elevado de baratas em uma boca de lobo na galeria de água pluvial de um bairro, além de outras bocas de lobo, todavia o foco não foi encontrado. “Conversamos com a equipe da Secretaria Municipal de Viação e Serviços Públicos, responsável por manter limpas as galerias, verificamos se havia alguma ligação clandestina de esgoto, o que pode promover a criação e proliferação de baratas, mas nada foi detectado. Em seguida ocorreu a limpeza da boca de lobo. Houve acompanhamento noturno por parte da nossa equipe, porém não verificamos nada depois da ação. Se tiver outras denúncias vamos acompanhar e tomar as providências cabíveis”, destaca Dresch.

Segundo ele, o aparecimento de baratas nas galerias é algo pouco atípico por se tratar de um ambiente que não possui alimento e na rede coletora de esgoto não há criação porque o fluxo é contínuo. “A galeria não fica aberta para existir acesso até a tubulação, no entanto no sistema individual de tratamento de esgoto a caixa de gordura e a fossa séptica são locais propícios para criação e proliferação de baratas, que acabam entrando nas residências. A nossa recomendação é para que os moradores façam a manutenção correta da caixa séptica e da caixa de gordura através da limpeza conforme a necessidade”, orienta.

Conforme Dresch, a fossa séptica deve ser vedada adequadamente assim que for eliminada devido à instalação da rede de esgoto para que os insetos não saiam e procurem abrigo externo. “Acredito que essas baratas podem ter ido para a galeria depois de alguma fossa ter secado a partir da ligação com a rede de esgoto. Provavelmente tinha algum suspiro e o inseto saiu procurando abrigo em outros locais”, avalia, reforçando que no verão “insetos e animais peçonhentos saem dos seus abrigos procurando alimento e reprodução, sejam aranhas, escorpiões e baratas. Eles saem mais do esconderijo habitual devido ao calor intenso”.

CONTROLE

O fiscal sanitário Cristiano Gonçalves Araújo pontua que o controle de insetos, aracnídeos e outras pragas da zona urbana deve ter como principais ações a observação dos quatro ‘As’: abrigo do animal, disponibilidade de água, alimentos e o acesso dos animais (ou insetos) às pessoas.

Ele afirma que o cidadão pode ajudar colocando rede no ralo para impedir a entrada do bicho e tapar o furo na parte estrutural da casa. “Tijolos e outros itens podem ser trocados e colocados sobre demais materiais para evitar contato direto com o solo, pois do contrário cria disponibilidade de água e o bichinho permanece no abrigo, mas se levantar terá de procurar outro ambiente”, comenta.

Já no caso do alimento, o fiscal menciona que as pessoas esquecem ou deixam de limpar a caixa de gordura e que é necessário lembrar da manutenção do esgoto porque do contrário favorece a proliferação. “O controle se mostra possível quando há cooperação do cidadão para com o Poder Público, e cuidar dessa manutenção é quase obrigatório às pessoas. Se agir em um local específico o animal desloca e vai a outro ponto onde torna disponível esses quatro As. O veneno age pontualmente e é eficaz, mas só transfere o problema de local, por isso a dedetização com veneno serve como último recurso”, aponta.

Algumas ações são simples. Ele cita limpeza e roçada do terreno, manutenção e isolamento da caixa de gordura e da fossa séptica e utilização de ralos sanfonados. “Além de evitar o aparecimento de baratas, aranhas e escorpiões, esses cuidados também se aplicam para combater focos do mosquito da dengue. Lembramos que no caso das baratas a situação não gera agravo, contudo elas podem transmitir bactérias que levam ao surgimento de doenças. Outra questão é que a barata se transforma no alimento do escorpião e da aranha, ou seja, ao evitar o aparecimento da barata você também ‘combate’ a proliferação de escorpiões e aranhas, que neste caso vão picar na tentativa de se defender do ser humano”, enaltece Araújo.

CANAL

Dresch e Araújo pedem a colaboração dos rondonenses no sentido de levar denúncias ao Poder Público sobre casos como esses. “As denúncias podem ser realizadas via ouvidoria no site www.mcr.pr.gov.br ou no protocolo junto à prefeitura, na ouvidoria da Secretaria de Saúde por meio do telefone (45) 3284-8852 ou ainda na Vigilância Sanitária através do telefone 3254-9956. Não é preciso se identificar, apenas formular a denúncia”, informam.

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