Uma infestação de moscas incomoda os moradores de um condomínio de chácaras de Descalvado (SP) que há meses convivem com o problema no bairro Cuca Fresca. A situação causa prejuízos para aqueles que não conseguem alugar as propriedades.
Há seis meses, a pescadora profissional Viviane Belini Chiaretto colocou uma armadilha para atrair as moscas para um determinado ponto e evitar que elas se espalhem.
“Contém um veneno dentro e atrai as moscas só para um ponto. Assim nós temos possibilidade de sair de casa, lavar e estender uma roupa”, disse.
Ao abrir a tampa da armadilha é possível verificar a quantidade de mosquitos que juntam no local. O incômodo é tanto que foi necessário colocar tela na porta e também na janela da cozinha.
Ao abrir a tampa da armadilha é possível verificar a quantidade de mosquitos que juntam no local. O incômodo é tanto que foi necessário colocar tela na porta e também na janela da cozinha.
Viviane precisa aplicar veneno com frequência. Ela mantém o vidro do banheiro fechado, mas nem isso evita a entrada das moscas.
“A gente passa veneno no quintal uma vez por semana. Dentro de casa são de dois a três vidros usados por semana. Não tem condição”, reclamou.
Prejuízo
Além do incômodo, os moradores que dependem do dinheiro do aluguel das chácaras não estão conseguindo locar as propriedades.
A dona de casa Jerusa Silva e o marido estão desempregados e precisaram buscar outras opções de renda.
“Passou o feriado e agora não tem nenhum fim de semana alugado. Faz meses que estou sem alugar e sem a renda da chácara”, contou a dona de casa.
O massoterapeuta Gil Vicente da Silva também enfrenta problemas com a área de lazer construída na chácara, principalmente onde tem uma churrasqueira. Segundo ele, a situação ficou insuportável há seis meses.
“Você não consegue fazer nada sem que uma nuvem de moscas tome conta do lugar. Não dá para frequentar o ambiente. Você coloca uma carne para salgar e antes disso ela já tem ovo de mosca”, disse o massoterapeuta.
Silva contou que já perdeu alimento e também a alegria de estar no ambiente. “Sou morador do bairro há mais de 30 anos e nunca vi uma situação como essa”, afirmou.
Sem solução
Os moradores fizeram um abaixo-assinado e entraram em contato com a prefeitura na tentativa de resolver o problema, mas reclamam que nada foi feito e temem que o problema continue.
“A Vigilância Sanitária nos encaminhou para o Meio Ambiente e o caso está sendo tratado por uma pessoa especial. O medo é que essa proliferação continue e que a gente não tenha mais lazer”, disse o engenheiro eletricista Luiz Fernando Fischer.
A Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável informou que uma equipe foi ao local, mas não encontrou nenhuma irregularidade.