Certamente quem utiliza a CPTM e o Metrô de São Paulo já se deparou com ratos entre os trilhos. Pelo menos, este é um fato frequente nas das estações Brás e Luz situadas na região central, bem como do Tatuapé e Itaim Paulista na zona leste, onde passageiros e camundongos dividem as plataformas.
Na zona leste, os bairros Vila Carrão, Penha, Jardim Santa Terezinha, e outros dos distritos Aricanduva, Itaquera e Cidade Tiradentes são referências de onde os ratos predominam de dia e noite.
Além disso, o tamanho e a constância do fluxo de entrada e saída desses bichos de canos, córregos e bueiros chamam atenção. Muitos foram vistos correndo entre calçadas e ruas, tendo como destino final a invasão em variados tipos de imóveis.
No entanto, o morador Douglas do bairro de Vila Nova York já não sabe mais o que fazer. Segundo ele, nos últimos meses houve um aumento repentino desse bicho na região.
Conforme o morador, em sua residência foram instaladas armadilhas em pontos estratégicos, mas assim mesmo não é o suficiente para inibir a entrada do indesejável.
“De uns meses para cá está demais, e nenhuma providência é tomada. As armadilhas já não dão mais conta do recado. É desagradável, já pensou chega visita em casa e vêem um rato andando lá? Sem contar a nossa própria saúde que fica em risco” disse ele.
Acostumados
com o convívio humano, os camundongos não se intimidam mais com a nossa
presença. Durante a elaboração desta reportagem, pudemos observar a
proximidade do roedor, enquanto um morador de rua adormecia.
Rigorosamente
falando, existem três espécies de ratos urbanos: Rato-de-telhado,
Camundongo, e a Ratazana que vive aproximadamente dois anos e cada
gestação varia entre cinco e a doze crias.
Para se ter uma noção do tamanho deste problema, na cidade de São Paulo por exemplo, a estimativa é que existem entre cinco a oito ratos por habitantes. Alguns pequenos e outros muito grandes, mas algo em comum: eles buscam sobras em nossos lixos o que facilita sua proliferação.
Além disso, são animais prolíferos onde um casal de roedores é capaz de reproduzir aproximadamente 240 descentes em apenas um ano. Isso porque, a ratazana atinge sua maioridade sexual com apenas dois meses.
Nesse sentido, um risco a saúde pública já que transmitem leptospirose pela urina, bem como pela urina. Segundo dados divulgados, neste ano foram registrados 370 casos da doença no estado, onde 63 acabou resultando em óbito.
Como a prefeitura tenta acabar com a proliferação de ratos?
Através do programa de controle de roedores de São Paulo, a Prefeitura mapeia as regiões com o maior número de ocorrências de leptospirose. Coincidência ou não, são áreas que possuem antigos problemas de enchentes e deficiência comunitária.
O trabalho é dividido em duas frentes, primeiro é feito a desratização, ou seja, o manejo ambiental onde os munícipes são orientados aos resíduos orgânicos e exposição correta do lixo.
O segundo, é a remoção de matos e lixos em pontos viciados pela população, onde é feito o tratamento químico para eliminar a existência dos roedores existentes. No entanto, tal procedimento se torna imprescindível, pois na cidade não há predadores naturais para esses bichos.
Assim, se não houver a contribuição da população em geral no manejo ambiental, dificilmente haverá o combate desses roedores apenas com venenos. A população tem que melhorar os hábitos no controle do lixo e evitar deixar acúmulo de alimento nas lixeiras de casa.