Leishmaniose: entenda do que se trata, formas de prevenção e tratamento da doença

6 min. leitura
calazar - Pragas e Eventos
Transmissão da leishmaniose ocorre através do mosquito palha infectado — Foto: Reprodução / TV Mirante

Muito se ouve falar e há vários mitos e dúvidas que rondam a leishmaniose. O que causa, qual a melhor forma de prevenir, se há tratamento ou a necessidade da eutanásia do animal diagnosticado com a doença. O É o Bicho esclarece alguns pontos para que não reste dúvida para você cuidar cada vez melhor do seu pet.

O que é a leishmaniose?

A leishmaniose é uma doença grave causada por um protozoário, que acomete não somente os cães, mas também os seres humanos, e muitas vezes pode ser fatal. A doença pode atingir a pele, células sanguíneas e órgãos internos como fígado, baço e rins. A doença é transmitida pelo mosquito flebotomíneo, conhecido popularmente como “mosquito palha”. Este mosquito se infecta ao picar um animal ou ser humano já doente, e ao picar outro ser sadio transmite a doença.

“O mosquito palha, diferente do mosquito da dengue, gosta de locais com acúmulo de matéria orgânica, como quintais com restos de folhas e frutos, fezes de animais, e até mesmo galinheiros. O ideal é manter o ambiente sempre limpo para afastar este mosquito”, explicou a veterinária Mireille Sabbagh.

Prevenção

Manter os cuidados com a higiene do ambiente para afastar o mosquito é fundamental. O Centro de Zoonoses de Governador Valadares estima que cerca de 2 mil cães são diagnosticados por ano com a doença na cidade. Além de evitar deixar que a casa seja convidativa para a proliferação do mosquito, coleiras e vacinas são outras ferramentas na prevenção da doença.

De acordo com a veterinária, cada método tem uma peculiaridade. “Existem coleiras repelentes do mosquito que podem ser colocadas nos cães, e ajudam a proteger toda a casa. Estas coleiras não só repelem, como também matam o mosquito transmissor, ajudando a manter o ambiente livre de vetores. A coleira deve ser renovada a cada quatro meses. A vacina, após dadas as três doses iniciais, com intervalo de 21 dias entre elas, precisará também de um reforço anual”, explica Mireille Sabbagh.

Devida a gravidade da doença, segundo a veterinária, o ideal é um combo: vacinação e coleira. “A vacinação contra leishmaniose fornece uma boa proteção, mas deixa uma margem para que o animal possa acabar adoecendo se picado. A coleira por outro lado, funciona muito bem repelindo, mas também não é 100%. Como estamos residindo em área endêmica com muitos casos da doença, e por se tratar de doença grave e sem cura total no cão, o ideal é utilizar as duas formas de proteção para que você tenha garantia de que o seu animal está seguro”.

Coleira anti-leishmanione, além de prevenir da doença, elimina o mosquito vetor — Foto: Mireille Sabbagh/Arquivo pessoal

Coleira anti-leishmanione, além de prevenir da doença, elimina o mosquito vetor — Foto: Mireille Sabbagh/Arquivo pessoal

Uma vez o animal infectado, o tratamento é possível. Só que uma vez diagnosticada a doença, o cão passará por avaliação médica a vida inteira. “O tratamento existe e ele faz com que o animal deixe de ser foco de infecção e não apresente sintomas clínicos da doença. Um animal tratado deve ser monitorado pelo médico veterinário por toda sua vida. A cura total não existe, o que acontece é o que chamamos de cura clínica, com remissão total dos sintomas”, explica a veterinária.

A mesma sorte não tem os cães abandonados na rua, de acordo com Centro de Zoonoses, o que configura crime de maus-tratos. Esses animais são recolhidos quando apresentam sintomas da doença ou agridem pessoas, mediante solicitação da população.

Importante de ressaltar é que o cão não é um transmissor da doença. Segundo a veterinária Mireille Sabbagh, o único capaz de fazer essa transmissão é o mosquito. “O que acontece é que o protozoário fica no sangue do animal doente, e quando o mosquito se alimenta do sangue deste animal, o protozoário passará para este mosquito, que ao picar outro cão ou ser humano transmite a doença”.

Ela também lembra que o cachorro não é o vilão da história. “Ele é vítima assim como os seres humanos. O controle da doença deve ser focado no controle do vetor flebotomíneo. Se você tem, ou conhece alguém que tem um animal doente e acredita que a única opção é eutanasiar o animal, isto não é verdade. O tratamento foi legalizado no Brasil e quando feito de forma correta e responsável é possível ter um cão sem sintomas e com qualidade de vida”, alerta Mireille.

Compartilhar
Leave a Comment