Moradores e turistas de Ubatuba sofrem com borrachudos; cidade não tem larvicida

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ubatuba - Pragas e Eventos

Moradores e turistas de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, estão sofrendo com as picadas de borrachudos neste verão.

Segundo a prefeitura, o problema acontece porque a aplicação do larvicida para controle do inseto está suspensa desde julho, quando o governo estadual deixou de repassar a substância (leia mais abaixo).

Moradores do bairro Maranduba, onde moradores e turistas têm sofrido mais com a infestação dos insetos, afirmam que o problema tem piorado nos últimos meses e muita gente tem reforçado os estoques de repelentes para tentar coibir as picadas do borrachudo.

“Agora todos os funcionários só vivem com repelente. A impressão que nós temos é que os bichos vão carregar nós porque tem muito mesmo. Não posso dizer que nunca teve, mas a quantidade aumentou muito mesmo”, disse Adriana Pedroso, gerente de um quiosque na Maranduba.

Em uma farmácia do bairro, as vendas de repelentes – que variam de R$ 12 a R$ 40 – também aumentaram bastante. Uma moradora organizou um abaixo-assinado virtual pedindo providências à administração temendo que o quadro possa piorar.

“Estou aqui em nome da população de Ubatuba Litoral Norte de São Paulo, reivindica ao Sr. Prefeito Sato alguma solução imediata para acabar com a infestação de borrachudos, pernilongos na nossa cidade. Pois essa epidemia está causando muitos problemas de saúde, principalmente nas nossas crianças. Queremos uma solução o mais rápido possível, pois a época de chuvas e mosquito da dengue está chegando”, diz o texto.

Repelentes custam de R$ 12 a R$ 40 na cidade (Foto: Camilla Motta/ G1)Repelentes custam de R$ 12 a R$ 40 na cidade (Foto: Camilla Motta/ G1)

Repelentes custam de R$ 12 a R$ 40 na cidade (Foto: Camilla Motta/ G1)

Sem larvicida

De acordo com a prefeitura, o Governo do Estado fornecia o larvicida e o município fornece mão-de-obra, transporte e outros materiais para as ações de controle do Simulideo (borrachudo). Desde julho a administração parou de receber o larvicida.

Em nota, a prefeitura informou que foi encaminhado ofícios para o governo estadual e que também foi elaborado documento em conjunto com todos os municípios do Litoral Norte para a DRS Taubaté solicitando a retomada do fornecimento do BTi (larvicida).

A administração municipal ainda informou que há um processo de compra do larvicida em aberto e que aguarda que os fornecedores retornem do recesso de final de ano para que a compra seja concluída e o trabalho retomado.

Alguns bairros do município, como a Praia Grande do Bonete se organizaram e compraram o produto. A equipe da prefeitura tem feito a aplicação do larvicida que foi adquirido diretamente pelos moradores.

Em nota, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) informou que conforme determinação do Ministério da Saúde, o fornecimento obrigatório de larvicidas é realizado somente para o combate de vetores e não para o combate de insetos que causam incômodo.

O órgão ainda informou que como definido pelo Comitê de Controle de Vetores – que envolve Estado e Municípios – a atribuição de compra desse produto para o controle de insetos passou a ser de responsabilidade dos municípios.

Porém, a Sucen iniciou um processo de aquisição do produto visando o abastecimento emergencial até o primeiro semestre de 2018. A previsão é que ele esteja disponível para retirada em janeiro.

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